Era nossa intenção visitar o Castelo do Mar, uma fortaleza de origem portuguesa construída durante o reinado de D. Manuel. A informação que sobreveio foi a de que estava fechada. Aproveitámos para registar mais uma foto de grupo, desta feita com os pólos alusivos à viagem que, infelizmente, não se distinguem junto das muralhas da cidade.
Em alternativa, visitámos o bairro dos ceramistas, num circuito pela pequena mas expressiva indústria cerâmica em Safi. Dos fornos – tradicionais, com tijolos refractários, e a gás - aos desenhos – produzidos por homens e mulheres - à moldagem – o oleiro enfiado num buraco onde opera o mecanismo que faz rodar a peça – à junção do grés de Limoges, à secagem, passámos por um dédalo de espaços onde a cerâmica era rainha. Uma actividade antiquíssima, que se mantém praticamente inalterável.
Safi também já foi conhecida como "capital da sardinha". Não sei se hoje ainda sustenta essa atribuição, mas a crer no abandono de dezenas de fábricas por onde passámos na saída sul do burgo, a situação da indústria conserveira já deve ter sido mais auspicioso. É difícil sair ileso desta crise. Ficaram na memória, no entanto, os sorrisos e acenos das operárias que, em grupo, deixavam as fábricas saiam a meio da tarde.
Se as praias, mais ou menos batidas pelo mar, mais ou menos planas e a perder de vista, se haviam estendido até depois de Oualidia, na proximidade de Safi os areais tornam-se recônditos e as falésias começam a erguer-se. Ao sinuoso do trajecto correspondia um sereno declínio do sol, como se para um destino estival nos dirigíssemos.
A partir daí, os penhascos passaram a surgir com mais frequência, a estrada continuou a enrolar-se, mantiveram-se os traços contínuos de quilómetros, mas o cenário escarpado cevou-nos o regozijo de podermos rodar com um panorama idílico ao qual se juntou um pôr-do-sol bonançoso. Um luxo.