segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Uma Década de Aikido



Já lá vão 10 anos. 
Uma década de Aikido, no Real Sport Clube, RSC. 
Dez anos de procura, presença, esforço, resiliência. 
Mas também de ensino, disciplina, descoberta, aprendizagem e satisfação. 
De professores e alunos, de companheiros e amigos.


Responsável por tal empresa, a verdade é que
também o professor Azevedo descobriu o Real em boa hora. 
Fê-lo aos 79 anos de idade, quando a inteligência
e a perseverança já estão solidamente acauteladas.
Mas também quando a vontade não resiste
ao desafio do ensino de uma arte, da sua arte.


Em 2006, aproveitou um sarau da colectividade em Queluz.
Convidou alguns amigos e liderou uma demonstração da arte.
Estava acompanhado pelos aikidocas da Associação Cultural Portuguesa de Aikido, ACPA. 
Entre a audiência estava aquele que viria a ser o seu primeiro aluno no RSC.


Foi com ele que começou as aulas. 
Durante cerca de dois meses, esse foi  o único aluno. 
Logo após, foram-se juntando alguns dos seus anteriores alunos do Shotokai.
Primeiro o Jaime, depois o João Martins, Paulo Rocha, Jerónimo Freitas, Maria de Lurdes, entre outros.


Desde 2006 que a modalidade de Aikido tem participado nos saraus do RSC.
No de 2007, já constava do respectivo programa.
Nessa altura, já estavam presentes pelo Real,
além do mestre Azevedo, Carlos Cordeiro e Jaime Vieira.
Nessa ocasião, contámos também com a participação de convidados da ACPA.


No ano seguinte, formaram-se os primeiros dois 5º kyu, cintos amarelos.
João Ferreira e José Madureira, pelo menos. 
Hoje, são dos mais graduados do RSC. 
Três anos depois, o dojo do RSC já recebia o Kagami Biraki da ACPA,
o equivalente japonês à comemoração de Ano Novo.


O Aikido do Real Sport Clube foi progredindo na Via.
Granjeou cada vez mais interesse dos praticantes
e cativou novos aprendizes da Arte da Paz. 
Chegou a ser o dojo com mais praticantes adultos efectivos
da Associação de que faz parte.


Já muitos entraram, saíram e voltaram a entrar.
Muitos trouxeram os filhos ou foram os filhos que atraíram os pais para o Aikido. 
Outros, mantêm-se desde o dia em que se inscreveram. 
Acreditamos mesmo que todos os que nos deixaram não mais nos esquecerão.


Não sei se ainda e válido, mas foi-o durante alguns anos.
O dojo do Real Sport Clube orgulhou-se de ser o que possuía mais cintos negros da associação em que se encontra integrado, ACPA. 
Percebe-se o interesse e a capacidade de atracção da arte e dos praticantes.


A participação em saraus, demonstrações, encontros técnicos,
estágios nacionais e internacionais, tem sido uma das formas
de divulgação e de aprendizagem do Akido
levada a cabo pelos cerca de quarenta praticantes inscritos,
dos muitos que passaram e continuam a fazer parte
– como muitas vezes ouvi -
da “família” de aikidocas do RSC.


A prática e o convívio continuados têm deixado sementes técnicas fortes
e afectivas muito significativas, razões pelas quais continuamos a considerar
a Arte relevante e os seus efeitos colaterais saudavelmente evidentes.
Não é uma constatação de hoje, nem de ontem.


Hoje sim, comemoramos uma década de existência,
de prática, de aprendizagem, de salutar convívio.
Este mês, juntamos quase meia centena de praticantes no tapete
e outros tantos num almoço-convívio da modalidade.


E, de repente, estão passados 10 anos. 
Uma década fértil de experiências enriquecedoras
progressivamente adquiridas que, ainda hoje,
espantam esse tal primeiro praticante,
o que teve o privilégio de usufruir de aulas
com um mestre privativo durante quase dois meses. 


Esse jovem primeiro praticante, hoje com 60 anos,
reconhece que experimentou um tempo de surpreendentes possibilidades, 
uma espécie de infância na arte onde, como diria o poeta,
“é proibido entrar a quem não andar espantado de existir”.


Parabéns ao Dojo do Real Sport Clube, 
que conta com uma década de existência, 
mas sobretudo a todos os que o construíram,
ajudaram e ajudam a manter vivo este deslumbramento de viver
que tem passado pela prática de Aikido neste dojo excelente.

A seguir, a nossa história em 10:10,