A partir daqui, a Julieta passou de novo para a Pan. Sentia-se melhor. Para mim, seria uma ajuda bem-vinda, sobretudo na logística e na “leitura” da estrada. Para ela, um teste de robustez à espécie de convalescença que não terminara. Protegeu-se demais, pareceu-me.
Talvez neste dia tenhamos saído às nove e doze. A verdade é que, a partir de determinada altura, foi o horário de partida adoptado. Rodámos com piso aceitável mas, mais à frente, o perfil da estrada e o cenário envolvente mudaram. O Médio Atlas começou a espreitar sob um manto de nuvens que, ainda assim, não assustava e a estrada começou a torcer-se em colinas ainda assim bastante suaves. Não estava frio, ao contrário do que era de esperar.
O objectivo era visitar as célebres cascatas de Ouzoud. Quem chega ao local dá com uma aldeia de casas desordenadas, algumas em construção. Uma curva apertada, um largo que serve de paragem de autocarros e um baldio que serve de parque de estacionamento, marcam-lhe o centro. Contudo, sente-se alguma humidade no ar que, por vezes, era mesmo uma mão-cheia de gotas de água.
As cascatas estão quase a 1500 metros de altitude, incrustadas numa zona de sucessivos cumes e vales repletos de vegetação baixa, cujo verde garantia que a água das últimas chuvadas ainda não havia desaparecido. Três braços de rio serpenteiam até se precipitarem de uma altura de pouco mais de 100 metros. Ao cair, toda a aquela água parece vaporizar-se de volta ao local de onde se despenha.
Nunca pensámos poder almoçar com as quedas de água praticamente debaixo dos pés. Foi sobre um caramanchão de vides, com uma vista magnífica e exclusiva sobre a cascata – o local identifica-se próximo da base das duas árvores da fotografia - que almoçamos, primeiro em tímida quantidade, depois reforçada, excelentes pratos de omeletas berberes. Para nós, novidade gastronómica, deliciosa e económica: ovos, tomate e algumas ervas a condimentar. Um pitéu.
Em breve, descíamos uma (longa) rampa que daria acesso à base da cascata, assim como a uma série de promontórios de onde era possível apreciar melhor a grandeza das quedas de água. Demorámos para algumas fotografias, tal como alguns macacos também pousavam, habituados à proximidade humana e a algumas ofertas (doces) que lhe davam cabo do pêlo.
Nunca pensámos poder almoçar com as quedas de água praticamente debaixo dos pés. Foi sobre um caramanchão de vides, com uma vista magnífica e exclusiva sobre a cascata – o local identifica-se próximo da base das duas árvores da fotografia - que almoçamos, primeiro em tímida quantidade, depois reforçada, excelentes pratos de omeletas berberes. Para nós, novidade gastronómica, deliciosa e económica: ovos, tomate e algumas ervas a condimentar. Um pitéu.
Em breve, descíamos uma (longa) rampa que daria acesso à base da cascata, assim como a uma série de promontórios de onde era possível apreciar melhor a grandeza das quedas de água. Demorámos para algumas fotografias, tal como alguns macacos também pousavam, habituados à proximidade humana e a algumas ofertas (doces) que lhe davam cabo do pêlo.
Evitámos descer mais. Ida e volta até ao fundo podia levar cerca de 2 horas, uma vez que a descida é muito suave e não se dá pelo cansaço. Em baixo, estou convencido de que precisaríamos de gabardinas, tal é a dispersão de água que bate forte numa espécie de lagoa. Partimos, depois de cumprimentarmos um italiano, acompanhado de uma americana, numa BMW com matrícula de Munique… mundices!
De Ouzoud a Efourer, a estrada sulca a montanha em baias estreitas e com piso sofrível. Mas a paisagem é estupenda. Tornaram o verde e os declives abruptos, as pontes e as curvas acanhadas, quando algumas notas alaranjadas já pairavam no céu a prometer um ambiente ainda mais estival. Estava um fim de dia admirável.
De Ouzoud a Efourer, a estrada sulca a montanha em baias estreitas e com piso sofrível. Mas a paisagem é estupenda. Tornaram o verde e os declives abruptos, as pontes e as curvas acanhadas, quando algumas notas alaranjadas já pairavam no céu a prometer um ambiente ainda mais estival. Estava um fim de dia admirável.
De Marraquexe a Fez, são quase 500 quilómetros, demasiados para fazer num só dia e perder a oportunidade de andar pela montanha e visitar as cascatas de Ouzoud. Para tal, era necessário encontrar apoio hoteleiro a meio do percurso entre as duas cidades, pelo que não podíamos ficar longe de Beni Mellal.
Música: Premiata Forneria Marconi, É Festa
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