Mostrar mensagens com a etiqueta Marina de Cascais. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Marina de Cascais. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tempestade



Em Fevereiro, a tempestade foi notícia. O mar invadiu a costa fustigando todo o litoral. Galgou barreiras, inundou, arrastou pedras, levou areia, bateu forte e feio. Aqui perto, na praia da Adraga, na Praia das Maçãs, na Praia Grande ou em Cascais, o mar encapelou-se valentemente.

Na Adraga, a chuva deu uma ajuda, arrastou pedras pelo ribeiro que vai ter à praia e a areia ficou como superfície lunar. A maré tirou areia à praia e a água parecia ter subido meia centena de metros. Canas e pedras eram testemunhas da força da água. A praia também, curta e mais batida do que habitualmente.



Ali ao lado, na Praia Grande, as ondas lamberam de novo a piscina do hotel das Arribas. A espuma andava ao deus-dará em novelos sobre a água. Do lado oposto, o mar chegava à escada que leva às pegadas de dinossauros na falésia.



Na praia das Maçãs o mar chegava a meio do areal. Tal como na Praia Grande a água estava coberta de espuma e arrastava alguns ramos de árvores, caixotes, garrafões de plástico e mais alguns detritos. 


Mais abaixo, em Cascais, o mar também estava agitado, sobretudo perto da Boca do Inferno e próximo da Marina. As ondas corriam longas e encrespadas durante uma quantidade de tempo. Quando encontravam uma barreira rebentavam com estrondo libertando uma nuvem imensa de água.




As ondas corriam paralelas à costa e iam estoirando nos diversos obstáculos que encontravam.  As que malhavam no muro protector da marina subiam à altura de quatro ou cinco andares e ainda se escapuliam pelos "olhais" que a barreira possui em toda a extensão.



No vídeo, percebe-se a força do mar, o sentido das ondas, a espuma abundante, o avanço do mar e o que a água da chuva arrastou para a praia.



Música: Globus, Diem Ex Dei e Black Sabbath, Black Sabbath






domingo, 30 de junho de 2013

Casa de Santa Marta, Cascais

A casa de Santa Marta está situada num local idílico. Tem um farol por protector e o mar por horizonte. Assiste em lugar privilegiado ao nascer do dia e vê diariamente o pôr-do-sol reflectido na entrada do Tejo. Está num sítio fascinante. Foi morada da filha de um aristocrata e depois do colecionador de arte José Lino. Foi o irmão deste, o arquitecto Raul Lino, que a ampliou e lhe deu a configuração que tem hoje, uma casa extensa que acompanha um pequeno braço de mar que termina na actual biblioteca Castro Guimarães.
Data do início do século XX. Há quem lhe chame palácio O’Neil, nome do primeiro proprietário, ligado à indústria do tabaco, que também mandou construir a Torre de São Sebastião, situada a dois passos, hoje museu Condes de Castro Guimarães.
A Casa de Santa Marta albergou algumas personalidades históricas, já como propriedade da família Espírito Santo, mas é o seu conjunto arquitectónico e artístico que seduz, consequência de, além de Raul Lino ter sido um arquitecto de renome, o irmão, José Lino, ter sido um notável colecionador.
Foi este último que preencheu as paredes interiores da casa com um conjunto admirável e diversificado de azulejos figurativos e de padrão, quer em painéis, quer individualizados – que preenchem a cozinha, as salas e as escadas - e os madeiras pintadas a óleo nos tectos de toda a casa.
Uma das dependências possuiu um pequeno altar. É aqui que os painéis de azulejo decoraram grande parte da parede com o seu “peso” barroco. O tecto desta sala e da seguinte, mais ampla e com um “pé direito” mais elevado, são formidáveis quer como obra quer como património.
A ideia que fica é que a configuração da casa acompanha o pequeno braço de mar que vai até à praia do museu Castro Guimarães. Por tal, parece construída por dependências que se estendem ao longo da falésia, numa sucessão que permite ter sempre uma boa proximidade à paisagem e à água.
Surpreendente é também a luz que a casa parece absorver. Apesar de não serem grandes, as muitas janelas viradas a leste deixam entrar a luz do sol e o reflexo deste no mar ilumina admiravelmente o interior. Talvez também o facto do espaço interior ter pouco mobiliário pareça inundá-lo de luz.

O espaço exterior é inspirador. Além de se abrir para o cenário oceânico ali a dois passos, complementado pelo farol de Santa Marta a sul e pela marina de Cascais a leste, os terraços solarengos convidam a estar e a desfrutar do sol e da luz que os inundam.
A vista é gratuita. De manhã, é capaz de ser o melhor período do dia para a vista, quando a luz do sol invade a casa. Tal como nesta ocasião, é frequente haver pequenas exposições de arte. Desta feita, eram pinturas e esculturas na sala do piso superior.

Música: Dancing Fantasy, Blue Bamboo
ver neste formato