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domingo, 14 de abril de 2024

Coches em Museu


Passámos por lá muitas vezes, algumas pelo jardim de Belém, outras pelo passeio junto da fachada. Mas, ou havia fila ou aparecia sempre outro motivo para não entrar. Cerca de 2011, conseguimos. Ainda o antigo museu alocava a mais famosa “frota” nacional de coches. Entrámos, visitámos, gostámos e testemunhámos. 

https://cordeirus.blogspot.com/2011/11/coches-em-exposicao.html


Cerca de 2 anos depois, aproveitámos o Lisboa Open House para espreitar um novo espaço edificado, a “dois passos” do antigo Picadeiro Real. Ainda nu de peças, o espaço prometia. Ouvimos, deambulámos, voltámos a evidenciar. Estávamos em 2013, no futuro Museu dos Coches.

https://cordeirus.blogspot.com/2013/11/novo-espaco-dos-coches.html


O museu actual, tal como o anterior, não é apenas um espaço de exposição. Aliás, diferente do anterior, não privilegiou envolvências de época ou decorações alusivas. Antes salientou as peças com o alvo das paredes, as dimensões das salas e as perspectivas que se conseguem desde o varandim acima do exposto.

Embora pareça fechado para o exterior, a vizinhança também foi alvo de atenção arquitectónica. Há janelas rasgadas em vários espaços que oferecem horizontes distintos, quer para a zona arborizada do jardim, quer para as margens do Tejo, quer para o Museu da Electricidade. Não ficamos restringidos ao interior, há panoramas exteriores que medeiam o exposto..


A opção pela grande dimensão dos dois salões principais coloca um grande número de peças em cada um deles. A cor branca das paredes, realça os dourados de muitas das peças em exposição.  Tal permite, por um lado, oferecer uma visão global do conteúdo e, por outro, mostrar a diversidade e a quantidade exposta.

Vamos à procura de coches. Estão lá, muitos e belos, além de, berlindas, carruagens, charabãs, carros de caça, liteiras, carrinhos de criança, landaus, cadeirinhas, seges. Sobretudo, arte sobre rodas. E, há mais peças sobre rodas, algumas só com uma. Há, até, botas, pistolas e guitarras. E, ainda, reis, peças de xadrez, miniaturas.

 

Mas são os coches que dominam. Estão lá os dos reis: o de Pedro II, João V, o de José I,  incluindo o de Filipe II. Mas também lá estão: o do Papa Clemente XI, o da Coroação, o dos Oceanos, o do Embaixador. E, ainda os landaus de D. Pedro V e do Regicídio (rei Carlos I), bem como as berlindas da Casa Real, de Maria I, dos Leões e a dos Patriarcas.

 


Os coches mais antigos são do século XVI e XVII, os de Filipe II, Pedro II, Maria Francisca de Sabóia e Maria Ana de Áustria. Os restantes coches são dos séculos XVIII e XIX, bem como as cadeirinhas, os segres, as carruagens e os demais meios de transporte, incluindo os Phaeton, os  Milord, os Clarence e os carros de caça.


Também lá estão, as carruagens de correio (Mala Posta), a do Conde das Galveias e a de Porto Covo, para  além da Carruagem de Gala, da  Berlinda Processional, do  Coche de Carlota Joaquina e do Coche dos Condes da Ericeira. Um conjunto de seges, o Quatro Rodas, o dos Óculos ou o das Plumas, juntam-se à diversidade.



Agora, há mais coches e objectos conexos em exposição, assim como o espaço que lhes é dedicado está mais generoso do que o anterior. Mas, não só. Há mais liteiras, o charabã, mais carrinhos de criança. Pelo menos. O landau do regicídio já estava no espaço antigo, bem como alguns dos coches mais famosos, como seja o coche do Papa.


 

Mas, nem só de coches e afins vive o museu. Nesta altura, também lá estavam duas exposições temáticas. Uma relacionada com os reis e rainhas portugueses, da autoria de Norberto Nunes, um antigo animador e ilustrador de livros infantis, depois empresário de produção cinematográfica, desde 1998 dedicado exclusivamente à pintura.


 

Mas não só. A(s) arte(s) de Norberto Nunes passam pela cerâmica, pela escultura e ainda pela interpretação literária. Daí, a outra exposição temática, esta mais relacionada com os Lusíadas, de Camões, intitulada “E Vós Tágides Minhas..”, onde os brilhos, as articulações entre cores e formas, bem como os temas fantasiados, se combinam num enredo alegre, colorido, divertido e icónico


O painel gigantesco, o enorme jogo de xadrez, as guitarras matizadas, as representações pictóricas da história dos descobrimentos baseadas no’s Lusíadas, os quadros com os diversos monarcas estilizados das diversas dinastias, são algumas das obras do artista que preenchem grande parte do varandim de um dos salões.


 

A restante mostra, identificada como, “E Vós Tágides Minhas..”, está disposta numa das salas contíguas á exposição permanente do museu. Além disso, uma outra sala, mostrava ainda o primeiro automóvel a circular em Portugal, um Panhard e Levassor, de 1895, propriedade de Jorge Feio, Conde de Avilez, uma máquina com tantos cavalos como velocidades, três.

 


Ainda espaço para outra máquina, esta pós-apocalíptica, uma Quadriga de Svamp, denominada Atland Monowheel, da autoria da Companhia Teatral, Custom Circus. Trata-se de duas peças, uma moto e uma espécie de atrelado. A parte moto deriva de uma Harley Davidson de 1986 e o atrelado foi concebido com peças de automóveis vintage americanos. Dizem que se trata de uma máquina do século XXIII, quem sabe, um coche futurista.




quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Coches em exposição

 
São coches, berlindas, carruagens,
seges, landaus, carrinhos de passeio, liteiras,
cadeirinhas e carrinhos para criança.
Estão expostos no edifício do
Picadeiro Real do Palácio de Belém,

num espaço amplo,
um magnífico salão de 50m x 17m de largura,
envolvido por galerias e tribunas com balaustrada em todo o redor.

 Na galeria do primeiro piso
estão expostos os retratos a óleo
dos monarcas da dinastia de Bragança
e de antigos proprietários dos carros expostos.


As pinturas
nas paredes da galeria superior,
que mantêm um estado de conservação excelente,
são de pintores nacionais consagrados.
Do espólio,
destaca-se o coche de Filipe II,
um dos mais antigos em exposição,
 assim como os três excepcionais coches
pertencentes à embaixada do Marquês de Fontes a Roma,
ao papa Clemente XI, exemplares únicos.

Tal como a maioria dos que estão expostos,
salientam-se quer pelo trabalho artístico e decorativo,
quer pela singularidade dos modelos, mas os acima referidos,
destacam também pelo excelente esatdo de conservação.
Exclusivos da elite da altura,
associam a particularidade dos modelos
(alguns únicos no mundo),
às imponentes composições escultóricas e pictóricas
 requintados materiais e as últimas tecnologias da época.

 Embora algumas coberturas 
precisem de substituição
porque o tecido está muito degradado,
as pinturas da maioria
dos coches estão em bom estado.
No início da exposição,
aparece uma pequena colecção
que inclui uma cadeirinha de passeio
e manequins de crianças e da respectiva ama.
Coche de Maria Francisca Benedita
- para apenas referir 3 dos seus 13 nomes próprios -
mandado construir para o seu casamento com o princípe D. José.
Nomes curiosos,
 identificam modelos singulares,
como o do Coche de Mesa
cujo interior possuía uma mesa redonda, amovível.  
Veludos e dourados,
cores discretas mas sugestivas,
madeiras trabalhadas e cabedais
muitas imagens decorativas.
Algumas engalanavam o coche de Carlota Joaquina,
 a dita "megera de Queluz".
Foi neste landau
que morreu o rei D. Carlos,
há mais de um século.
Está à entrada do museu,
em local de destaque.
Ainda se notam os orifícios das balas,
disparadas pelo Buiça,
o conjurado que matou o rei e o princípe.


Música: Arnault Condè, Riding with the wind.

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