quarta-feira, 2 de outubro de 2013

ESTRASBURGO - BIN ICH IN DEUTSCHLAND?

Em que país estou?
Em França ou na Alemanha?
Sei que estou no campo e viajo ao longo de um extenso celeiro a céu aberto.
De um lado e de outro há palha enfardada.
E, nesse perfeito cenário rural não faltam pequenas colinas douradas com casas baixas.
Em redor, meia dúzia de árvores e uma planície infindável.
Lê-se "Kingersheim", "Rouffach", "Dutllenheim", nas placas das localidades por onde passamos.
Há mais, acabadas em “heim”.
Não parecem nada francesas.
Com efeito, pelo menos até ao século XVII a Alsácia-Lorena era germânica.
Nessa altura, já vivia os conflitos religiosos que opunham católicos e protestantes.
Depois, aconteceram as guerras dos Trinta Anos, a franco-prussiana, a I e a II guerras mundiais. 
E mantiveram a região sob permanente mudança e ambientes diferentes.
Hoje nota-se uma dupla identidade.
Catedral de Estrasburgo
Talvez por isso Estrasburgo hoje mostre um cosmopolitismo expressivo.
Além de sede de muitas organizações internacionais – o parlamento europeu também está aqui situado - junta estudantes de todo o mundo.
Tanta gente diferente trás para a cidade um ambiente mesclado de tipicidades.
Aproveitamos e comemos comida turca num restaurante turco.
Muita madeira sobre a pedra das habitações
Estrasburgo, a Argentoratum do tempo romano – vidé nome da piazza de Roma - é também uma fronteira.
Embora já não existam no âmbito da CE, os mapas ainda registam a fronteira franco-alemã no curso do Reno a leste de Estrasburgo.
Circundado por canais, o centro histórico da cidade, património da humanidade, é uma ilha autêntica.
É aí que a arquitectura oitocentista está mais presente.
No entanto, a Catedral que data do início do século XII, domina a parte central.
É gigantesca e parece ainda maior porque está rodeada por edifícios a pouca distância.
Diz-se que do cimo se vêem três países.
De baixo, é preciso esforçar o pescoço para lhe passar o olhar ao longo dos cento e pouco metros de altura.
Casa da Petit France ladeadas pelos canais
Nesta noite, havia animação à volta da catedral.
Um espectáculo de luz e som repetia uma sequência de imagens sobre a fachada.
Estava muita gente a assistir.
Os cafés e os restaurantes que circundavam a catedral estavam cheios.
Mas, dada a dimensão do edifício era difícil ter uma perspectiva global de todos os efeitos projectados.
Ali perto, mas junto aos canais, há uma espécie de pequenos cais, onde o ambiente nocturno dos cafés, dos bares e dos restaurantes mais atrai.
Trata-se da pitoresca Petit France, um espaço com edifícios de arquitectura antiga, ainda com casas de madeira e tabique, onde se reúne parte da movida da cidade.  
Três horas chega para "dar uma volta".
Mas não permite sequer descobrir Estrasburgo.

Música: Avatar, James Horner
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