quinta-feira, 6 de junho de 2024

Tempo dos Relógios



Pode ser muita coisa.

Uma medida, uma dimensão, uma sucessão, uma grandeza.

O “tempo”, pode ser isto e mais.

Pode ser uma duração, de acontecimentos, se algo acontecer,  ou de nada, se nada acontecer.

E, ainda mais.

É tudo isto.

E pode ser espaço e espaço-tempo.

Habitualmente, “usamo-lo” como medida, para perceber e calcular momentos ou conjuntos de momentos.

Para tal, utilizamos instrumentos de medida e/ou de registo do tempo.

 

Os momentos mais extensos ou conjuntos de momentos tornam-se difíceis de certificar, registar, comparar.

É possível, todavia, perceber e valorizar com facilidade momentos mais curtos, muito curtos e curtíssimos.

Para tanto, também utilizamos relógios.

Uns maiores, outros mais pequenos.

Uns mais antigos, outros mais recentes.

Uns clássicos, outros modernos.

Uns mais sofisticados, outros mais simples.

Os aparentemente mais simples, mais antigos e/ou clássicos, os mecânicos, são também, por vezes, os mais áureos, mais atraentes, mais elegantes.

Foram esses, os mais tradicionais, os mais datados, que espreitámos na galeria de exposições da Cidadela de Cascais.

Sobretudo, os produzidos entre os séculos XVII e XIX, provenientes de países europeus, desde a Holanda à Alemanha, de França a Inglaterra.

Também lá estão relógios portugueses.

O espaço - bem como o tempo, que também está e adequa-se a (quase) tudo -harmoniza-se com os objectos expostos. 

Percebem-se mecanismos, formas, tamanhos, cores, funções, materiais, texturas diferentes.

Há relógios de mesa, de bolso, de parede, de caixa.

Até lá está um de relojoaria sérvia do XVIII, utilizado nos campanários das igrejas.

Mas o relógio de construção mais tardia - que não está exposto e se guarda na Sé de Salisbury, Inglaterra - data de 1386, praticamente contemporâneo da Batalha de Aljubarrota…

Tal como outros conjuntos de objectos, o relógios foram progressivamente entrando no quotidiano das residências.

Sobretudo os de parede ou de mesa, foram-se estilizando do ponto de vista artístico, tendo beneficiado de inclusão de elementos decorativos e arquitectónicos.

Além da visita ao “O Tempo das Engrenagens” - título da exposição - também foi possível perceber um pouco do interior do palácio da Cidadela.

Trata-se de propriedade estatal dedicada à Presidência da República, um espaço multifuncional aproveitado para este tipo de eventos culturais.




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