Tudo muito simpático e cordato, enquanto não começam a aparecer dúvidas e mistérios. Surgem inquietações e perguntas, enquanto se desconhece a existência de um triângulo amoroso.
Este “Chá e Simpatia”, de Fernando Gomes - que também faz parte do elenco - é uma comédia, uma comédia musical, garbosa e satírica, e deliciosamente hilariante.
Passa-se nos anos 40, do século passado, e está recheada de momentos divertidos, uns mais adivinháveis que outros, de momentos de improviso, de momentos musicais que parecem também eles burlescos.
O enredo é muito típico dos anos 40 - faz lembrar, por vezes, alguns dos tramas dos filmes portugueses de comédia desta época - com divertidos enganos e desenganos, uns resolvidos outros ainda mais agravados.
Além de um cuidado, simples e atraente cenário, preenchido por adereços de época, a parte teatral, sobretudo os elementos cómicos, foram os mais cativantes e cúmplices do enredo.
Outro aspecto que surpreende é a componente musical, a apropriar-se dos temas de época, muitos a roçar a canção de revista e o género popular, acentuando por vezes, também, um olhar divertido sobre esse modelo musical.
A proximidade do espaço permite uma boa cumplicidade entre actores e público que, aliada ao excelente som de palco e um elenco que, além do encenador, contou com Ana Landum, Isabel Ribas, Jorge Estreia, José Nobre, Paula Sousa e Tiago Ribas, garantiram um excelente espetáculo.
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