Vêm do Museu Internacional das Artes Modestas. Mas não são nada modestas, na multiplicidade e complexidade, as obras expostas no MAAT. Além das intervenções herméticas e diversificadas, é a criatividade que traz sobre temas tão díspares como o cinema, a banda desenhada, a arte bruta ou a própria arte tradicional.
Periférica sobretudo, alarga conceitos, formas, texturas, temas pouco ou nada considerados no “tradicional mundo da arte”, em territórios pouco ou nada povoados por ideias trazidas até do rock e do punk, do futurismo, da fantasia e da ficção científica. Está lá muito daquilo que não estamos à espera.
Há mapas, pirâmides, catálogos, chamarizes, criaturas, arte bruta e naif, cordéis, espiritualidades, metamorfoses e fugas. Tudo faz parte das ilhas de arte do arquipélago formado por Hervé di Rosa, num universo oceânico onde navega uma panóplia de origens e culturas artísticas, que levam de letreiros de cabeleireiros a robôs feitos de blisters.
Pássaros voadores, robôs retro, astronautas ou argonautas, super-heróis famosos e desconhecidos, marés de bonecos, rostos estilizados, criaturas marinhas, esqueletos pescadores, monstros coloridos, dragões alados e outros ainda mais horríveis, hominídeos decorados, caos marinhos, jarrões estilizados.
Andamos entre um sacerdote de vodu, uma outra versão de Chewbacca, passamos por um artista vestido de anilhas, misturamo-nos com robôs, crocodilos e lulas humanoides. E, ainda, por lá andam manequins vestidos com amendoins, milhentos diabinhos felizmente fechados numa pirâmide transparente.
Muito a dar para o doido, para o alternativo, para abordagens tão pessoais e originais, como baseadas em obras conhecidas, tão sofisticadas como sinceras,tão esquisitas como perfeitamente identificáveis, tão coloridas como incolores. Tudo arte modesta.
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