Toda a gente conhece o Chalet da Condessa d’Edla. Sobretudo os amantes de
Sintra e do respectivo património cultural. O chalet faz parte desse legado.
Trata-se de uma moradia de recreio, ao estilo dos chalets franceses e suíços de
montanha.
Responsáveis pela construção, o rei consorte D. Fernando II – D. Maria II
tinha entretanto morrido - e a sua futura segunda mulher, Elise Hensler,
Condessa d'Edla, atriz e cantora lírica suíça que viria a casar com o então Regente
do Reino.
Apesar de estar localizada numa clareira rodeada de árvores frondosas, o
chalet mantém uma relação visual, sobretudo desde a varanda, com o Palácio da
Pena e com o mar – basta subir às Pedras do Chalet, um miradouro monumental de
blocos de granito – e, ainda, com o Vale das Feteiras.
Trata-se de uma construção única, da década de sessenta do século XIX. Praticamente não existem peças de decoração, parecendo que, na altura, seria esse o padrão decorativo em voga. Há muitas superfícies decoradas com azulejos, estuques ou pinturas.
Mas são os painéis de cortiça e madeira que marcam a diferença e a
originalidade. Sobretudo os elementos decorativos em cortiça, que revestem, no
interior e no exterior, cantos e balaústres, como trepadeiras num muro. No
exterior, é o reboco que simula pranchas de madeira.
Nas paredes das divisões internas os elementos decorativos contemplam uma diversidade de padrões, desde a pintura mural ao revestimento com painéis de madeira. Praticamente cada divisão tem uma decoração diferente, sublinhada todavia pela utilização da cortiça.
Outro notório elemento decorativo é a escada com balaústres estilizados. Faz lembrar a estrutura das escadas palacianas barrocas mas, aqui, com formas longilineas, leves e profusamente decoradas .
Apesar
de possuir poucos objectos de época – eventualmente destruídos por um incêndio
que degradou parcialmente o chalet – ainda é possível ver uma mala de pic-nic, um candeeiro
a petróleo e algum mobiliário.
O edifício está isolado no meio da serra de Sintra, rodeado por um jardim luxuriante e integrado no Parque da Pena. Em seu redor foi desenvolvida uma harmoniosa intervenção paisagística, aproveitando o relevo e dotando o espaço de uma diversidade e riqueza arbórea ímpar, sobretudo influenciada pelo espírito romântico e coleccionista da época.
Muito próximo, desde as Pedras do Chalet é possível observar a variedade
e exuberância da flora, assim como vislumbrar a monumentalidade quer do castelo
dos Mouros, quer do Palácio da Pena, sobretudo deste último para onde os olhos
vão atraídos pelo extravagância das formas e das cores.
Os jardins articulam o relevo da serra com a configuração romântica típica da época: dos caminhos, das pontes, dos miradouros, estufas, lagos, bem como do conjunto de espécies vegetais, que complementam este excelente espaço cénico. Para uma próxima abordagem...
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