sobre a vida que se vive, momentos lentos, curtos, ágeis, próximos, súbitos, passagens, instantes e espaços, lugares e pessoas, cansaços, viagens, coisas, imagens, sinais do tempo, um desafio, vadiagens, um intento, um declive, da vida que se vive.
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Sintra nocturna: serra acima, por entre a névoa
Caminhada em SINTRA
7 de Dezembro de 2007
O vocábulo Sintra nasceu muito provavelmente da palavra cynthia, símbolo da luana mitologia céltica. Os romanos chamavam-lhe Mons Lunae, o monte da lua. Foi a “Xentra” árabe. Depois a medieva “Sintria” ou “Suntria” (astro luminoso).
in http://portal.icn.pt/
Faz-se a pé, de noite. Há que trepar um desnível de quase duas centenas de metros, ao longo de alguns quilómetros, poucos. Começamos perto das dez da noite, por ruas antigas que levam desde o Palácio da Vila, e passam entre as quintas do Relógio e da Regaleira.
Andamos sobre passeios tradicionais, tortos e estreitos, ao longo de contrastes luz/escuridão, a notar algumas silhuetas recortadas e esguias de edifícios seculares. Está húmido, escorregamos nas primeiras folhas húmidas pousadas entre calhaus, logo após o asfalto que deixámos em Seteais.
A meio, surge uma névoa envergonhada. Não há lua à vista, mas existe uma luz difusa que ilumina os primeiros degraus do trilho. As lanternas raramente se acedem. Ao baixar da névoa, os vultos tomam-nos o lugar. Alguns afastam-se, mais habituados a desafios translúcidos. O som distende-se. O bulício da vila esbate-se.
A meio da subida é praticamente apenas a natureza que se manifesta. Na claridade de um cruzamento, viramos a caminho do castelo dos Mouros.
Paramos para reabastecimento e admirar o gato negro que por ali mia. Do Palácio da Pena, alcantilado algures, nem sinal. A névoa oculta-o, como o faz com o bosque em redor. Agora é trepar para Santa Eufémia.
Entramos na terra, por entre calhaus, sobre chão húmido e hastes salientes. Vamos dar a uma ruína, palco de outros rituais.
Ao entrar no asfalto, circundamos a Pousada da Juventude e voltamos à terra, por entre veredas e salamandras entorpecidas. Lá em cima, a névoa mal deixa ver a ermida. Paramos. Ouvimos mais um excerto de um relato de uma viagem à Tunísia e à Líbia.
A seguir, descemos sobre cimento, rumo a S. Pedro. A névoa fica no cimo e, a meio da descida, já é possível vislumbrar o manto embaçado de pequenas luzes que se estende até Mem Martins, não mais.
Regressamos ao casario, por entre habitações térreas e muros de quintas. Candeeiros com luz mortiça mostram-nos o empedrado uniforme que pisamos. Mais à frente, aproveitamos para espreitar o panorama cintilante da planície que vai até à Praia das Maças.
Voltamos à vila que, desta feita, está animada junto aos bares da zona antiga.
Pouco passa da meia-noite do … Paulo, Pedro, Catarina, Paulo, Tiago, Célia, Nila, Julieta e Carlos.
Música: Concerning Hobbits
Álbum: The Lord Of The Rings
Autor: Howard Shore
Up & Down at Sintra, among the mist
We have done it on foot, at night.
Only have to climb two hundreds meters, throughout some kilometres, few ones.
We start close to ten, along old streets that lead since the Palácio da Vila, and leave behind Quinta do Relógio and Quinta da Regaleira.
We walk on traditional, twisted and narrow strolls, throughout light/blackout contrasts, looking for some notorious and thin silhouettes of secular buildings.
It was wet, as we slide over first dripping leaves over rocks and between farm walls, then after the black tarmac that we left in Seteais.
Half way to the top, suddenly an ashamed mist appears.
Without the moon at sight, we went on with a diffuse light that illuminates the first steps of the track.
Lanterns were not often turned on. When mist gets lower, shadows took our place. Some of us are moved away, more familiar with translucent challenges.
Old village noise disappears as we climb. At half way to the top, it’s practically only nature that we listen.
In the clearness of a crossing, we turn the way to the Moorish Castle. At the entrance, we stop restocking and to hear a black cat complains.
From Pena’s Palace nor a sign, due to the mist that involves surroundings.
Now it is time to climb to Saint Eufémia’s. We enter soft ground, among rocks, on wet soil and salient tree branches. We enter a ruin, stage of other rituals.
Back to tarmac, we surround the Youth Inn and got terrain again, among trails and torpid salamanders. Up there, the mist badly leaves to see the old little church.
We stop to hear plus an extract from a written story of a trip to Tunisia and Libya. Next, we went down hill on cement, route to Saint Peter village.
At half of the way to the mountain base, mist went off and we could saw a little bit of a small lights carpet extended for more than a dozen kilometres.
We returned to the residential area, among small houses and high walls from urban farms. Old street lamps with fragile lights on showed the typical ground materials that we step on. Some minutes ahead, another sparkling panorama from old Saint Peter’s streets to the plain that goes until Praia das Maçãs.
We return to Sintra old centre, when bars were full of young people. Only few minutes after midnight…
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