Passeio de Inverno, com o Clube PanEuropean de Portugal
Novembro 2007
O grande slogan promocional da RTP para promover os seus primeiros Jogos Sem Fronteiras, que tiveram lugar em Albufeira há mais de duas décadas, apregoava haver “365 dias de sol no Algarve por ano”. No dia do “directo” choveu …
Não foi, porém, o nosso caso em finais de Novembro do ano passado.
Saímos tarde de Liboa, já com o entardecer a acompanhar as longas filas de trânsito que levavam à outra margem do Tejo. Aproveitámos a companhia dos Menaus, a ausência de vento e o trânsito diminuto. O céu alentejano, breu de limpo, salientava as luzinhas das aldeias alentejanas.
Andámos rápido, a caminho do restaurante Três Palmeiras, em Areias de S. João. Ao fim da noite, já de uma varanda do Cerro Mar, o aparthotel que nos recebeu na parte alta de Albufeira, pudemos disfrutar do contraste enre o horizonte límpido daquele anfiteatro de casas alvas e dos brilhos prateados do mar algarvio.
De manhã, uma ligação a Estói, para um café e um caldo de cultura na estação arqueológica de Milreu. Entrámos na Roma antiga pela mão do guia que estudara Antropologia em Bergen. Passeámos sob o primado da romanidade enquanto raiz do nosso ser, fazer e pensar actual, entre a história do lugar e as estórias do nosso presente.
Depois, rodámos para Faro. Realçadas pela presença do sidecar Zeus, as Pans estacionaram em plena praça D. Francisco Gomes, não sem antes termos percorrido “Vila Adentro”, como assinalado à entrada do Arco da Vila, no centro histórico.
Circulámos pelo interior das muralhas, rodeámos a estátua de Afonso III, passámos à Sé Catedral e saímos pela Porta Árabe.
Almoçámos na serra algarvia. De lá, saímos por entre as alfarrobeiras, estevas e sobreiros, numa toada serena e harmoniosa, suficiente para balançar um pouco mais as suspensões das Pans, depois carregadas com pacotes de bolachas de mel e de alfarroba da doçaria Tesouros da Terra.
Parámos na sede do carismático Moto Clube de Faro, que tanto tem feito pelo motociclismo nacional. Ser recebido de braços abertos é um privilégio! Aproveitei para “pagar” uma dívida de anos ao Zé Amaro, o ainda hoje presidente do MC Faro.
É que, no final dos anos 70, num célebre regresso de Jarama, em terra de nenhures, me deu a única vela suplemente que levava na sua Honda 750 Four, pequeno acto de solidariedade, suficiente para identificar o excelente carácter de um indivíduo.
Depois, voltámos ao Cerro Maior, guardámos as motos, jantámos “em família” e descemos à baixa de Albufeira, nessa noite bastante sossegada.
De manhã, o tempo brindou-nos com um sol excelente, a iluminar tudo e todos como só no Algarve acontece, coagindo-nos a ficar ou, pelo menos, a demorar. Daí o périplo pedestre que efectuámos pelos novos e renovados recantos e miradouros de Albufeira.
Ao longo das duas horas e meia de almoço em Messines, fizemos o que de melhor sabemos: conversar sobre o que nos rodeia, as nossas preocupações, desejos, fúrias, passando por aqueles instantes íntimos de evocação de Passeios anteriores ou deambulações motociclísticas por territórios de Jabugo a Aracena.
Abandonámos o Algarve aos seus. Mais tarde, de um lado, a lua recebia-nos com aquele tom alaranjado, tão acolhedor como auspicioso, a fechar um fim-de-semana fértil em convivência, festim e digressão.
Do outro lado, o sol desenhava o relevo com contraluz de negro/vermelho e deixava no Atlântico um horizonte de devir bonançoso. Antes, o Alentejo cercara-nos de um anoitecer límpido, mas algo ventoso.
Chegámos a Lisboa envolvidos por um ambiente cálido, quase estival, contrastado e cintilante. Quer a fila de faróis que se estendia pela ponte Vasco da Gama, quer a miríade de luzes urbanas da parte oriental de Lisboa, pareciam antecipar cenários à época natalícia que se aproximava.
Novembro 2007
O grande slogan promocional da RTP para promover os seus primeiros Jogos Sem Fronteiras, que tiveram lugar em Albufeira há mais de duas décadas, apregoava haver “365 dias de sol no Algarve por ano”. No dia do “directo” choveu …
Não foi, porém, o nosso caso em finais de Novembro do ano passado.
Saímos tarde de Liboa, já com o entardecer a acompanhar as longas filas de trânsito que levavam à outra margem do Tejo. Aproveitámos a companhia dos Menaus, a ausência de vento e o trânsito diminuto. O céu alentejano, breu de limpo, salientava as luzinhas das aldeias alentejanas.
Andámos rápido, a caminho do restaurante Três Palmeiras, em Areias de S. João. Ao fim da noite, já de uma varanda do Cerro Mar, o aparthotel que nos recebeu na parte alta de Albufeira, pudemos disfrutar do contraste enre o horizonte límpido daquele anfiteatro de casas alvas e dos brilhos prateados do mar algarvio.
De manhã, uma ligação a Estói, para um café e um caldo de cultura na estação arqueológica de Milreu. Entrámos na Roma antiga pela mão do guia que estudara Antropologia em Bergen. Passeámos sob o primado da romanidade enquanto raiz do nosso ser, fazer e pensar actual, entre a história do lugar e as estórias do nosso presente.
Depois, rodámos para Faro. Realçadas pela presença do sidecar Zeus, as Pans estacionaram em plena praça D. Francisco Gomes, não sem antes termos percorrido “Vila Adentro”, como assinalado à entrada do Arco da Vila, no centro histórico.
Circulámos pelo interior das muralhas, rodeámos a estátua de Afonso III, passámos à Sé Catedral e saímos pela Porta Árabe.
Almoçámos na serra algarvia. De lá, saímos por entre as alfarrobeiras, estevas e sobreiros, numa toada serena e harmoniosa, suficiente para balançar um pouco mais as suspensões das Pans, depois carregadas com pacotes de bolachas de mel e de alfarroba da doçaria Tesouros da Terra.
Parámos na sede do carismático Moto Clube de Faro, que tanto tem feito pelo motociclismo nacional. Ser recebido de braços abertos é um privilégio! Aproveitei para “pagar” uma dívida de anos ao Zé Amaro, o ainda hoje presidente do MC Faro.
É que, no final dos anos 70, num célebre regresso de Jarama, em terra de nenhures, me deu a única vela suplemente que levava na sua Honda 750 Four, pequeno acto de solidariedade, suficiente para identificar o excelente carácter de um indivíduo.
Depois, voltámos ao Cerro Maior, guardámos as motos, jantámos “em família” e descemos à baixa de Albufeira, nessa noite bastante sossegada.
De manhã, o tempo brindou-nos com um sol excelente, a iluminar tudo e todos como só no Algarve acontece, coagindo-nos a ficar ou, pelo menos, a demorar. Daí o périplo pedestre que efectuámos pelos novos e renovados recantos e miradouros de Albufeira.
Ao longo das duas horas e meia de almoço em Messines, fizemos o que de melhor sabemos: conversar sobre o que nos rodeia, as nossas preocupações, desejos, fúrias, passando por aqueles instantes íntimos de evocação de Passeios anteriores ou deambulações motociclísticas por territórios de Jabugo a Aracena.
Abandonámos o Algarve aos seus. Mais tarde, de um lado, a lua recebia-nos com aquele tom alaranjado, tão acolhedor como auspicioso, a fechar um fim-de-semana fértil em convivência, festim e digressão.
Do outro lado, o sol desenhava o relevo com contraluz de negro/vermelho e deixava no Atlântico um horizonte de devir bonançoso. Antes, o Alentejo cercara-nos de um anoitecer límpido, mas algo ventoso.
Chegámos a Lisboa envolvidos por um ambiente cálido, quase estival, contrastado e cintilante. Quer a fila de faróis que se estendia pela ponte Vasco da Gama, quer a miríade de luzes urbanas da parte oriental de Lisboa, pareciam antecipar cenários à época natalícia que se aproximava.
Música: Peaches En Regalia (prt 1 e 2) e Happy Together (prt 2)
Autor: Frank Zappa