quarta-feira, 13 de maio de 2020

Pelo Tejo, entre Escaropim e Valada



Já toda a gente conhece Escaropim, uma das aldeias avieiras do Tejo.
Aqui, as casas dos pescadores são feitas em madeira.
Mas estão sobrepostas em estacas de maneira a permitir que as cheias do Tejo não as destruam.
Hoje, 2019, para lá chegar, ainda se anda em estradas de terra batida.
Escaropim fica na margem esquerda do Tejo.
As casas dos pescadores, tal como os seus barcos, são pequenas e pintadas de cores vivas.
Os barcos também estão preparados para acolher uma família de três pessoas.
Alguns, possuem uma pequena cabina e, um dos que está no museu, até berço tinha.
O museu “Escarpim e o Rio” fica a meio da rua principal da aldeia.
Preserva a memória e a tradição das comunidades ribeirinhas da região,.
Enfatiza o Tejo, a “estrada líquida”, os pescadores e as artes da pesca.

Em Escaropim é possível atravessar o Tejo.
Não é preciso ir a nado, nem caminhar sobre as águas.
É possível ir de barco.
Ser barqueiro é outra das ocupações dos habitantes das margens.
Levam-nos, interpretam-nos as margens e vão-nos buscar.

VALADA, a meias com o Tejo

Um Tejo esverdeado, sereno e largo separa Escaropim de Valada do Ribatejo.
Na margem direita do rio, Valada é conhecida pela qualidade dos produtos agrícolas.
Mas também pela praia fluvial com parque de merendas.
E ainda pela gastronomia, onde a enguia e o sável têm lugar de destaque.

Por isso, escolhemos a Casa das Enguias para almoçar.
Um dos restaurantes que faz jus ao nome.
Obviamente, optámos por enguias.
Vale a pena, tanto o ensopado como as fritas.
Neste dia, os desportos náuticos dominavam o rio junto da praia fluvial.
O tempo estava quente e a esplanada junto ao parque de merendas quase cheia.
Muitos a apanhar sol e outros tantos a assistir ao evoluir das motos de água.
Mas continua a ser o Tejo, as suas margens e as suas ilhas a dominarem a paisagem.
Nas margens, os cavalos pastam tranquilamente.
Na ilha das Graças são estes animais que vivem no sossego de todo aquele espaço.
Mesmo que, de tempos a tempos, seja invadida pelo rasgar dos motores.
 
Por ali, a natureza manda.
A planura do ambiente estende-se pelas margens.
Valada é mais feérica, Escaropim mai stípica.
E, pelo meio, o tejo serve de charneira entre a natureza e a cultura.