sexta-feira, 15 de maio de 2020

Instantes de Tóquio. O Museu de Edo





O museu de Edo fica situado numa zona rica em sítios culturais de referência. Mesmo ao lado, o Museu do Sumo, local de exposição, espaço de treino e competição. Para norte, a poucos passos, o Museu da Espada. Um pouco mais acima, o Tokyo Metropolitan Memorial Hall, erigido em memória das vítimas do grande terramoto de Kanto. Tudo enquadrado pelo rio e por dois jardins.


Edo, nome antigo porque era conhecida a cidade de Tóquio, significa “estuário”. Com efeito, desde finais do século XV que um conjunto de pequenas povoações e de templos circundavam a Baía de Tóquio, sendo provável que a designação aí tenha origem. Porém, o nome “Tóquio”, que significa “capital do leste”, só surgiu quando a cidade se tornou capital em 1868.


O museu de Edo encerra um conjunto de objectos, peças, reproduções de edifícios e estruturas, que representa a história e o contexto arquitectónico de Tóquio praticamente desde a sua fundação até à actualidade.  


De destacar também a arquitectura do museu, quer a dimensão externa quer sobretudo o pé direito interno de 62,5 metros (que faz lembrar o nosso Pavilhão Atlântico, em Lisboa. 

Com efeito, uma das propostas iniciais é a de atravessarmos uma réplica da ponte Nihonbashi, que significa, “Ponte do Japão”. É aí que se percebem os mais de 60 metros de altura do espaço, tantos quantos media a Torre do Castelo de Edo.


É uma ponte idêntica que leva os visitantes do museu para Edo, a antiga Tóquio, tal como a multidão que acede à cidade na enorme maqueta com que depararmos do outro lado da ponte. O detalhe é excelente percebendo-se facilmente a dimensão da população da cidade. 


A ilustração da história de Tóquio, sobretudo a representação da diversidade dos espaços, bem como a reprodução de rituais, é feita frequentemente à base de maquetas e miniaturas. 


Logo após, começam a surgir diversas reproduções da vida da cidade, ilustrando-a com quadros, estandartes e outras peças históricas, das quais sobressaem as inúmeras companhias de bombeiros que velavam por uma cidade de madeira onde os incêndios eram frequentes.


Na mesma área é possível visitar uma antiga casa típica japonesa, temos acesso às diversas divisões, com móveis, vestuário típico, passando pela reconstituição de uma sala de aulas.


Mais à frente, são os cenários do teatro Kabuki - que envolve canto, dança e habilidade, um estilo de dramatização, onde a maquilhagem dos actores é um dos destaques estáticos  -, feitos à escala real, num enquadramento rico em roupas de cena e arquitectura de palco.  


A exposição mostrar também uma rica panóplia de objectos e peças do quotidiano da história de Tóquio (e também do Japão), que vão desde os barcos de madeira aos biombos, dos televisores aos frigoríficos, dos pequenos carros aos riquexós.


Passa-se uma boa hora no Museu de Edo. Mesmo sem detalhar. É possível sair para o exterior através de um primeiro piso e ficar numa plataforma panorâmica. Como a cidade é praticamente plana, dali é possível ter uma outra perspectiva da trama urbana.