Veem-se bem da marginal do Barreiro. São três: o Gigante, o Central ou Poente e o Nascente. Três cilindros alvos, um de topo bicudo negro, os outros de bico cinzento. Estão ali há mais de 170 anos. O maior foi desactivado no final da segunda década do século passado. Os outros, aguentaram-se até 1950.
São os Moinhos de Vento de Alburrica, um quadro bucólico com cenário de fundo, entre a (quase) silhueta da Ponte 25 de Abril (havia névoa) e o Cristo Rei. Num dia em que o vento estava ausente, custa a crer que tenha havia ali moinhos de vento funcionais.
Os dois mais pequenos foram adquiridos pela Câmara há exactamente 50 anos. O maior foi ainda habitado por pescadores até 1998 antes de, nesta data, ter passado também a ser património municipal. Um deles, o Moinho de Vento Nascente foi alvo de reabilitação e pode ser visitado.
Estão implantados numa península, na confluência do Coina e do Tejo, junto à praia fluvial de Alburrica, ligados por um passadiço que não tem ainda uma década. Ali perto, num dos moinhos de maré, foi criado o Centro Interpretativo do Barreiro, que não tem mais de 4 anos.
Muito próximo, algumas instalações palafitas, reforçam o cenário rústico, algo caótico, que envolve a península naquele local. Ao contrário dos moinhos, cuja funcionalidade cessou, a pesca artesanal ainda se mantém e mantém os pescadores na faina.
A contrastar com o cenário cativante dos moinhos de vento, a velha Estação Fluvial do Barreiro parece ter sido abandonada e deixada à intempérie e vandalismo. Funcionou quase durante 130 anos - é de finais do século XIX - em substituição de outra, um pouco mais antiga.
Já foi uma importante estação fluvial, centro de correio, de manutenção de material circulante e uma interface com as vias ferroviárias de passageiros e mercadorias, de ligação entre o sul e Lisboa. Apesar de degradado, o edifício esteve em vias de ser classificado. Deve continuar à espera.
Sem comentários:
Enviar um comentário