Está
dedicado aos sentidos.
Sobretudo
aos olhos que se regalam com a luz.
Mas
também há som que vem das profundezas.
E brumas
que assombram a paisagem.
É o
panorama de mais uma noite de Aura.
Domingo,
meados de Agosto.
Uma
noite suave, com uma ligeira brisa.
Sintra,
como é habitual.
Mas
a fazer a este Verão calorento.
O
percurso sofreu poucas alterações.
Os
quadros, esses, eram diferentes.
O
que se destaca é sobretudo a luz.
Além
do vídeo mapping, de performances,
e até de um concerto de música do mundo.
E
a arte. Sintra é especial nesse capítulo.
É
possível começar do princípio.
Pelo
Ego, evidentemente.
Depois,
raios e coriscos. E enigmas.
A
Ciência Viva a manifestar-se.
Misteriosamente
a desafiar a curiosidade.
Científica
ou não.
Deixámos
para o fim.
Começámos
numa esquina, perto da Correnteza.
Onde
uma espécie de Dervixe gigante, com uma enorme saia iluminada, lia.
Lia,
lia, lia e deitava folhas ao vento.
Diziam
ser memórias.
E
era sobretudo às crianças que as lançava.
Vamos
pela rua estreita que leva à Casa Mantero.
Lá,
paredes-meias com a biblioteca, confirmamos que estavamos ali.
“You
Are Here”, tinha cor e música, ao ritmo do movimento.
A
alegria da interacção e da construção colectiva.
Ficava-se
por ali, divertido.
Não
fosse aquele estranho tubo fluorescente estendido na Correnteza.
O
ambiente ganhava uma aura de mistério,
Com
verdes fortes e cativantes a circularem por cima das nossas cabeças.
Que,
aliás, dava cabo das melhores intenções de fotografar.
Por
isso, descemos até à zona de pintura.
Estavam
no início da criação do Multiverso.
Prometia.
Mais
à frente, o palácio, o castelo, o palacete dos Penedos e a vila cintilam.
A
caminho da Curva do Duche dominava a luz incomum
De
repente, é uma espécie de grupo de mineiros que surge da bruma.
Trazem
lanternas, fatos-macaco e vão empurrar uma espécie de olharapo.
É
um ritual de luz, de movimentos, de sons.
Vão
até à Curva do duche.
Deixamo-los
lá.
Avançamos
para a fonte Mourisca.
Depois,
para a fachada do palácio da Vila.
Já
a vi com aspecto mais atraente.
Hoje,
a proposta é demasiado geométrica.
Geometrias
que se vão transformando noutras.
Mas
não deixa de ser interessante.
A
meio-caminho, uma ou outra instalação não prende.
Não
avançamos para a Regaleira.
Iríamos
lá em breve.
Fomos
pela música que surgia desde o parque da Liberdade.
Ouvia-se
na Curva do Duche.
Enquanto
os olharapos ainda trepavam os caminhos do parque.
E
culminavam com luz enigmática e nevoenta.
Passamos de novo pela pinturas luminosas.
Está mais gente e não é fácil ver o desempenho dos dois pintores.
Notam-se agora mais detalhes.
Descobrem-se uma coruja e uma aranha.
A obra está quase acabada.
Voltamos
ao espaço interactivo da Ciência Viva.
Aqui,
o destaque vai para o digital e para a energia.
Mas também para esculturas ópticas e
cinéticas.
É
a Com-Ciência da arte em experimentação.
Há
interacção ou explicações com apoio.
Parece
mais impessoal do que no ano passado.
Regressamos
à rua.
Atravessamos
a Estefânia sob um túnel de caixotes luminosos.
Estão
empilhados e, felizmente, ninguém lhes deu um piparote.
São
as Metamorfoses.
No
fim, a mudança.
No
fim, no fim, podia ter sido o princípio.
Foi
mesmo o Ego que estivemos a observar.
O
dos outros, que se sujeitavam à cópia do que fazem.
Os que gostam de imitações de si.
Um
Ego que dança, anda, se esconde, levanta e baixa os braços.
O vídeo, já na linha de baixo
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