Acontece
uma vez por ano e integra-se nas Festas de Lisboa. Antes, costumava ocupar todo
o Jardim do Japão, em Belém, ao lado do Museu de Arte Popular. Este ano, a 24
de Junho, teve lugar no Rossio dos Olivais, em lugar central do Parque das
Nações. Esta é a sétima edição da Festa do Japão.
Trata-se
de uma espécie de festival – matsuri –, dedicado às artes, onde estão
representados muitas actividades culturais japoneses, desde o cosplay –
entusiastas da banda desenhada japonesa (manga), que se vestem como os seus
heróis favoritos -, passando pela música e danças tradicionais, até às artes
marciais.
Enquanto os fans do cosplay se iam preparando para o respectivo desfile, o público foi passando por diversos stands com temas e produtos japoneses. Outras pessoas foram ocupando uma posição privilegiada junto ao palco, talvez a merecer um novo envolvimento e dimensão para o próximo ano.
O
Festa abriu com música, entre tambores e flautas, foi depois ao desfile de
personagens de cosplay e logo após a moda dos kimonos. Continuou com dança
japonesa e um Quiz em pleno palco, enquanto a tarde se ia fechando atrás do Pavilhao de Portugal.
Foi ainda nesse palco que aconteceu a demonstração de artes marciais japonesas, que contemplou,
entre outras, Aikido, Batojutsu, Karate, Kendo, Shorenji Kempo, Iado, e, como
convidados especiais, os praticantes do Jogo do Pau português.
A apresentação da demonstração está como é habitual a cargo da Associação de Amizade Portugal-Japão. É costume estarem presentes praticantes de diversas artes marciais com as suas escolas / estilos respectivos, habitualmente com participação interessada e alvo recepção entusiasta.
A
flauta tradicional de bambu, Shakuhachi,
teve Yosuke Irie como artista convidado, que actuou antes de um dos momentos
mais cativantes do dia, a cerimónia do “Toro Nagashi”, lançamento de lanternas
japonesas no lago que margina o Rossio dos Olivais.
O tempo ajudou. A luz, apesar de velada temporariamente, voltou para melhor revelar o brilho das cores, enfatizar os contrastes e realçar as silhuetas. Quando o dia passou para lá dos prédios altos, as luzes surgiram ténues a destacar a Festa e a acompanhar o cortejo de lanternas.
Entretanto, o pôr-do-sol correspondeu à ocasião. Foi ficando sereno e avermelhado, à medida
que as lanternas iam bailando tranquilamente na superfície do lago. As chamas dos
pavios iam tamborilando ao sabor da brisa, ora a caminho do centro comercial,
ora rumo ao rio.
A leve brisa que, por vezes, parecia boicotar o deambular das lanternas, voltava e empurrava-as de novo para uma das extremidades do lago. As pessoas foram-se revezando à beira de água sobretudo para fotografar e assistir ao lento evoluir daquelas lanternas aquáticas.
Acabo por ser um dos pontos altos do evento que concentrou muita gente à volta do lago e das lanternas. É simples colocar uma lamparina dentro de uma caixita colorida. Depois, é deixá-la à brisa, acompanhar-lhe a bolina e crer que não haja algumas idênticas...
O vídeo em https://vimeo.com/230870364