sexta-feira, 16 de junho de 2017

Lisboa Arte & Moto



Arte e Motos, dois temas que se cruzam e combinam cada vez mais,
sobretudo no meio motociclístico dos mais entrados na vida.
A arte empresta à moto o ambiente criativo da cor,
da forma, do design, do look, do ideal.
A moto, essa, está disponível para celebrar a identidade,
a camaradagem, a utilidade, a mudança, a liberdade.


É para esse conjunto de rituais 
que a personalização de motos e acessórios contribuem, 
moldando um estilo de vida, 
mais ou menos ligado à individualidade e à originalidade. 
Neste louvor da moto, mais do que a viagem, o passeio, 
a concentração ou outro evento destes tipos,
é a criatura sobretudo e o criador que estão em foco.


Trata-se da Lisboa Arte & Moto,
um evento que teve lugar na Lx Factory, em Lisboa,
e que ocupou dois dos edifícios situados nas traseiras da rua principal. 
Não visitava o certame desde 2013.
Nessa altura, foi assim,
http://cordeirus.blogspot.pt/2013/05/art-e-moto.html.
Desta feita, na Fábrica L, estava presente a exposição,
“O Mundo das Corridas”, um recuperar da memória da competição, 
com motos, vídeos, fotografias, pinturas e ilustrações alusivas ao tema.


No Fábrica XL, o maior espaço de exposição da Factory, 
destacava essencialmente as melhores obras de transformação 
– pinturas, acessórios, design – e personalização de motos executadas por profissionais. 
Entre essas, detectavam-se alguns modelos recentes. 
Viam-se também capacetes e pranchas de surf alvo de intervenção estética, 
para além de vestuário estilizado, vintage ou dedicado.


Há também por ali um conjunto de memórias, 
que datam do ressurgimento da moto em Portugal nos anos 70. 
Estão representadas sobretudo as “café racers” da altura, 
mas também há modelos sem transformações, completamente de origem, 
que recordam a aventura que era para muitos, em finais de 70, 
andarem com motos consideradas “artigos de luxo”. 
Uma CF750 Four tinha ficado bem junto da Goldwing 1000 e da Guzzi Le Mans...


Fora do recinto fechado, alinhava-se cerca de duas dezenas de motos 
personalizadas pelos proprietários, criações pessoais, recuperações ou modificações, 
com mais ou menos ferrugem, peças a mais ou a menos, 
fita isoladora ou amianto, pneus “quadrados”, bancos e faróis minimalistas.


Entrada gratuita. Há música ao vivo e de Dj. 
O bar adstrito ao evento pareceu-me exíguo, 
com fila até à escada havendo, porém, 
alternativas na rua principal. 


Por motivo de obras, a entrada fazia-se pela Avenida da Índia, 
embora travar na avenida, para depois, entrar em ângulo recto no portão, 
não me pareceu muito seguro. 
A alternativa obrigava também os carros a passarem pelo centro do evento,
em velocidade muito reduzida, também em fila. 
Os lugares disponível para estacionar escasseavam, mesmo para motos.


Nada que perturbasse este festival de tendências, como se diz agora, 
neste caso de tendências urbanas contemporâneas. 
Com efeito, não deixa de ser uma espécie de festa comemorativa 
de um grupo alargado de motociclistas, essencialmente citadinos, dos que gostam, 
pelo menos, de ver as propostas de customização de motos e acessórios.


Também não deixa de ser mais um evento/ponto de encontro de motociclistas, 
diferente do passeio ou da concentração, 
que privilegia a arte e a respectiva criatividade. 
E a escolha do espaço, assim como a correspondente decoração, 
onde a iluminação se destaca, estimula também a participação no evento.  


Desta vez, a disponibilidade de tempo não foi famosa, 
pelo que ficaram por esmiuçar alguns sectores, 
rever outros ou descobrir novidades. 
Pareceu-me, ainda assim, que havia mais espaço, 
mais motos em exposição e mais público, do que numa das últimas edições. 
O próximo promete não ficar atrás.  


O vídeo em https://vimeo.com/221202664