JUNTO À COSTA
Deixámos Torremolinos pela marginal que leva a Benalmadema. O trajecto tem muitas 'bossas' de desaceleração, semáforos e algumas rotundas. Com pouco trânsito, torna-se agradável uma vez que o percurso permite estar praticamente sempre com o olhar no cenário mediterrânico. De tal maneira, que fomos aproveitando alguns lugares mais aprazíveis para insistir sobre o paisagem, ora parando à sombra, ora rodando lentamente ao ritmo daquelas ondas diminutas.
Chegámos a Marbelha ainda sob uma bela temperatura. Já perto do hostal, em plena rua, ouviu o barulho característico de um pneu a calcar algo. Não liguei. A verdade é que quando chegámos a casa reparei que o pneu estava cortado. Terá sido um objecto cortante no chão ou fruto da ira tacanha de algum vizinho?
MERGULHO NO MEDITERRÂNEO
O fim da tarde tentava e a água seduzia. O sol já começava a amarelar as fachadas e a própria areia. Já havíamos agendado perceber qual era a temperatura do Mediterrâneo. Já que estávamos ali, fomos mesmo dar um mergulho.
Apesar de a água ser relativamente choca, não haver ondas e sermos obrigados a pisar dois ou três metros de calhaus antes de mergulhar, a temperatura da água estava magnífica. Ficámos preparados para voltar à “happy hour” e desfrutar de outra noite mediterrânica amena e tranquila.
NOITE NO "CASCO ANTIGUO"
Vadiamos pelas praças, andámos próximo das muralhas do castelo, voltamos às ruas estreitas, floridas e concorridas. Parámos para fotografar, para olhar para as ementas, para "ver quem estava", descobrir novidades ou simplesmente moinar.
Voltámos à Plaza de Los Naranjos e à Casa del Corregidor, o edifício do século XVI que a domina. Passámos pela parede de vasos da Rua Carmen, próximo do castelo, e percorremos mais uma quantidade de vielas, algumas em estreia. Ficámos satisfeitos.
REGRESSO A CASA
Saímos cerca das nove da manhã. Desta feita, optámos por seguir até Algeciras e apanhar a via rápida até Jerez de la Frontera, depois a auto-estrada para Sevilha. No regresso, África não se vislumbrava e Gibraltar via-se mal. Aliás, notava-se uma mancha brumosa a meio do estreito, a tal que há de trazer D. Sebastião. Andámos devagar. Sobretudo até Estepona, repetem-se rotundas e a A7 anda sempre entre urbanizações, divisando-se de vez em quando, uma ou outra praia.
Em linha recta, estávamos a cerca de quatrocentos e sessenta quilómetros de casa. Mas, no regresso, percorremos mais de setecentos. Um pouco mais de quatrocentos até Olhão, trajecto que incluiu uma fila dolorosa na via rápida (também em obras) desde Sevilha até Matalascanas – sevilhanos ávidos de praia – sob um ardente sol andaluz. Só a partir da ponte internacional sobre o Guadiana começámos a sentir uma brisa algarvia ligeiramente mais fresca.
ALMOÇO EM OLHÃO
Antes de almoço, voltámos a aquecer atrás de um funeral nas estreitas ruas de Olhão. Fomos lá de propósito. No Livramento, um restaurante junto ao parque e à ria, cozinham bem, desta vez, uma muqueca e uma açorda de marisco. Andámos a fazer a digestão ao longo do cais e descobrimos uma nova marina.
O vento acompanhou-nos desde a serra algarvia, mas não estava tão bera como na Páscoa do ano passado quando regressávamos de Marrocos. Parámos mais duas vezes e por volta da "happy hour" estávamos em casa.
SÍTIOS QUE DEIXÁMOS PARA A PRÓXIMA
Mijas, indiscutivelmente. É um lugar mágico, no cimo da serra do mesmo nome. Tem “burros-taxi”, uma praça de touros de bolso, um pequeno museu de miniaturas (ou serão micro-miniaturas ) e uma paisagem notável.
Puerto Banús também nos fará ir à procura do tal glamour que não descobrimos em Marbelha, talvez através do Golden Walk, o percurso através das moradias de luxo que levam lá desde Marbelha.
Outro sítio que ficou por ver foi o das termas romanas do Rio Verde, um dos melhores sítios de azulejaria romana da Península.
Mais acima, fica a Torre de Istan, outra paisagem de suster a respiração, que fica no cume dos montes que encimam San Pedro de Alcantára.
E, acabadinho de actualizar, também é preciso ir ao "Pescador", um restaurante low cost junto ao porto de pesca, na entrada leste de Marbelha. Só me disseram assim que cheguei...
E, acabadinho de actualizar, também é preciso ir ao "Pescador", um restaurante low cost junto ao porto de pesca, na entrada leste de Marbelha. Só me disseram assim que cheguei...
ALGUNS MITOS LÁ DO SÍTIO
A areia não é dourada como repetem os folhetos turísticos. O mar praticamente não tem sal. Não há ondas, a água parece choca e a entrada na água faz-se sobre calhaus (felizmente) rolados...
Nas ruas, não há “famosos” nem gente com “ultimos modelos”, embora se veja muita gente chique. Não se descobre um sheik árabe, nem um Rolls branco descapotável, nem uma Bimota. Diz-se que estão todos em redor de Puerto Banús...
Aqui também há hostais a preços acessíveis. Janta-se no Clube Náutico com custos ligeiramente acima da média, mas também é possível tomar uma refeição suficiente por metade do preço num dos bares da marginal..