O Museu Nacional do Teatro está instalado no palácio do Monteiro-Mor, ao Lumiar, um edifício oitocentista de dois andares envolvido por um jardim excelente, quer do ponto de vista paisagístico, arborícola ou da estatuária. O jardim é gabado por ser um dos mais bonitos de Lisboa. Envolve tanto o museu do Teatro como o do Traje.
Na entrada reconhecem-se alguns bonecos enormes e coloridos, uma espécie de olharápos a parecerem personagens teatrais agigantadas, bem como algumas esculturas. Os bonecos gigantes estão um pouco por todo o lado, dedicados à curiosidade e energia dos mais pequenos, que os tratam como carrosséis, labirintos ou esconderijos.
A exposição permanente é muito diversificada. Incluiu trajes de cena, figurinos, postais, adereços, maquetas, cartazes, aparelhos de som, imagem e luzes, livros impressos, peças manuscritas, muitas fotografias, cartazes, bilhetes, objectos pessoais e de pintura, mobiliário, desenhos e caricaturas,
A exposição abrange vários anos e estilos, mas não é numerosa. O espólio conta com cerca de 260 mil peças, mas a maior parte não está exposta nos dois pisos visitáveis do museu. A parte inicial vive essencialmente dos trajes, dos livros e dos adereços.
Há alguns trajes de cena, de formas espampanantes e sofisticadas, com cores berrantes, vestidos por manequins que também envergam os respectivos assessórios, de várias épocas e estilos de representação. Mas também não são muitos.
Alguns livros, alusivos a peças de teatros, têm ainda comentários da “censura”, como seja um exemplar em francês de “Mãe Coragem”, de Brecht, alem de outros censurados Também lá estava uma primeira edição do “Theatro”, de Almeida Garrett e, mais à frente, alguns artigos pessoais de actores.
Chega-se ao andar superior através de uma escada estreita no fim do rés-do-chão. O primeiro piso encerra a parte de cenários, luzes, máquinas, cartazes, maquetas, bastidores, camarins, produtos de maquilhagem e caracterização. O espaço aqui, tal como no piso inferior é aberto, sem paredes divisórias, tendo sido aproveitado tal como ficou após um incêndio que o esventrou.
Há muitas maquetas expostas, quer do interior de teatros – estão lá o Monumental, o D. Maria II e o S. Carlos - quer de palcos, alguns já com cenografia e adereços. Passa-se também por uma máquina de vento, por um antigo órgão de luzes, por diversos cartazes de bastidores, por programas de representações, até por quadros com artistas do palco.
A área mais cativante foi a que encerrava um conjunto de marionetas de metal. Há algumas figuras identificáveis – D. Quixote e Sancho Pança, vários cavaleiros, alguns árabes, animais – mas é a excelência do trabalho escultórico que surpreende. Mas não encontrei mais informação sobre estas peças. Aliás, mandaram-ma há pouco. está aqui: http://www.museudoteatro.pt/pt-PT/Exposicoes/ExpPassadas/ContentDetail.aspx?id=294
Espera algo mais teatral, mais intimista, mais provocador. Não há excessos visuais, sons de palco ou sequer um vídeo. Talvez seja propositado para demarcar o teatro do audiovisual puro e duro. Fosse o edifício maior e talvez pudesse ter um palco…
… embora disponha de um jardim, ou melhor, de jardins – o mais próximo está bem cuidado e organizado pro espécies – o outro a ligar o “teatro” ao “traje”, que se constituem como Parque Botânico do Monteiro-Mor.
O parque fica a para a próxima oportunidade, que pode ser articulada com uma visita ao Museu do Traje, esperando que o acervo, as instalações e as condições de exposição já tenham sido melhorados.
Só no final me chamaram a atenção para o facto de não estar autorizada a captação de vídeo.
Também é só um minuto e pouco...
Música: Stan X, Cool Rix
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