A arte é a mais bela das mentiras.
Claude Debussy
Agosto 2008
Mesmo para quem não for adepto de actividades culturais mais sofisticadas, é difícil ficar indiferente à Cidade das Artes e das Ciências, um complexo lúdico, científico e artístico, ex-libris de Valência.
Mesmo para quem não for adepto de actividades culturais mais sofisticadas, é difícil ficar indiferente à Cidade das Artes e das Ciências, um complexo lúdico, científico e artístico, ex-libris de Valência.
Foi o arquitecto valenciano Santiago Calatrava, http://www.calatrava.com/main.htm, o mesmo da Gare do Oriente, em Lisboa, que traçou a maior parte do espaço, integrado num parque urbano, sobre o leito seco do rio Turia. O projecto do Parque Oceanográfico, que lembra a Ópera de Sidney, é da autoria de Félix Candela, http://www.candelaprojects.com/, e integra-se perfeitamente no extremo sul do complexo.
Trata-se de um conjunto de construções que albergam uma zona verde em túnel (o Umbracle), um edifício destinado a actividades artísticas (o Palau de les Arts), uma construção grandiosa (o Museu de les Ciènces) – que de museu pouco tem, insistindo em experiências sobretudo da área da Física (dimensões enormes, alberga um caça e um balão de ar quente) - e ainda um Planetário, onde se projectam filmes Imax.
Trata-se de um conjunto de construções que albergam uma zona verde em túnel (o Umbracle), um edifício destinado a actividades artísticas (o Palau de les Arts), uma construção grandiosa (o Museu de les Ciènces) – que de museu pouco tem, insistindo em experiências sobretudo da área da Física (dimensões enormes, alberga um caça e um balão de ar quente) - e ainda um Planetário, onde se projectam filmes Imax.
As dimensões dos diversos espaços são acutilantes, em volumetrias de apoteose. A altura parece contrariar a planura da urbe catalã, enquanto que a extensão se alonga para o mar e a amplitude se ajusta à circulação e à contemplação. O exterior envolvente, sobremaneira livre, comporta espelhos de água e galerias, com rara vegetação, ao longo de um corredor que antes levava o rio até ao Mediterrâneo.
As formas, essas, parecem encrespar-se, de altivas, arqueadas, movimentadas. Ou sistemáticas, em ondas. Também parecem cavernames náuticos, esqueletos humanos, esculturas laminares. Reconhecem-se muitas formas ovóides, pontiagudas, e superfícies oblongas extremamente lisas. A geometria domina.
A cor branca abre ainda mais a claridade tão farta da cidade. O alvo enche o que o esguio das formas estira. O azul (esverdeado, de vez em quando) da água acentua a leveza que o branco compensa. O branco assume protagonismo deixando ao vidro e à água o espaço necessário ao preenchimento da composição.
As formas, essas, parecem encrespar-se, de altivas, arqueadas, movimentadas. Ou sistemáticas, em ondas. Também parecem cavernames náuticos, esqueletos humanos, esculturas laminares. Reconhecem-se muitas formas ovóides, pontiagudas, e superfícies oblongas extremamente lisas. A geometria domina.
A cor branca abre ainda mais a claridade tão farta da cidade. O alvo enche o que o esguio das formas estira. O azul (esverdeado, de vez em quando) da água acentua a leveza que o branco compensa. O branco assume protagonismo deixando ao vidro e à água o espaço necessário ao preenchimento da composição.
O aço pintado encontra-se ligado por muito vidro, pouco betão e alguma cerâmica. Só uma galeria isolada está preenchida com flora. Pretende-se, suponho, que seja um passeio protegido por espécies trepadeiras, talvez a contrastar com a cor dos restantes edifícios.
Andar por lá é descobrir uma arquitectura, deambular entre espaços diversos, apreciar conteúdos diferentes. Confrontam-se, amplos espaços exteriores e interiores, luminosidades diversas, formas longas, esguias, elípticas, dimensões distintas, mas sobretudo, arte e ciência. Um privilégio de sensações e saberes.
Música: Gloria
Grupo: Jimmi Hendrix