CABO CARVOEIRO
Por lá, a costa é perigosa. Já ali aconteceram muitos naufrágios. Daí a existência do farol do Cabo Carvoeiro. Para lá chegar, passe-se o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, lugar de crença e romaria, continuando ao longo de uma estrada panorâmica.
Além da paisagem soberba, as falésias calcárias têm abundantes fósseis. Ao
longo dessa marginal altaneira, os pequenos parques de estacionamento, a
maioria em terra batida, permitem observar a diversidade geológica e
paisagística, bem como ver ao longe o arquipélago das Berlengas.
Mas o tempo nem sempre ajuda. O nevoeiro e a humidade invernosa deixa os ossos irritados. Neste dia, estava assim. Se a(s) Nau dos Corvos, ilhéu e restaurante, mal se viam, as Berlengas nem se imaginam. Até a brisa fria fazia concorrência a algum sol que consegui romper as nuvens.
FORTALEZA DE PENICHE
Foi um local apetecível por piratas e corsários internacionais na idade
Média. Para segurança e defesa da população, o Castelo da Vila começou a ser
construído em meados do século XVI. Concluído vinte anos depois, só no início
do século seguinte a povoação foi elevada a vila.
Desde o final dos anos 30 que o Forte de Peniche foi considerado monumento
nacional. Porém, durante mais de 40 décadas, entre a década de 30 e Abril de
74, o lugar foi prisão política, reduto de alta segurança. Aquele espaço também
se tornou célebre por ali terem tido lugar duas fugas espectaculares de presos
políticos.
Hoje, o antigo Castelo da Vila alberga dois museus, o museu da Resistência
e Liberdade e o Museu da Cidade. Este último, que não visitámos, encerra muito
do património arqueológico, histórico e etnográfico da região. É, todavia, o
museu da Resistência e da Liberdade que reúne maior atractividade.
Entre muralhas foi colocado um longo painel de homenagem, que encerra os
nomes de todos os prisioneiros políticos, cerca de 2500 durante 40 anos, que
estiveram ali presos. A prisão tinha uma ala de alta segurança, onde estavam os
presos considerados mais perigosos.
O espaço exterior está praticamente todos recuperado, pelo menos o que se
avista dos pátios. Curiosamente, num dos espaços perto da entrada principal,
antes controlada por agentes da ex-PIDE-DGS, passava uma exposição sobre as
identidades dos presos políticos.
CANTINHO DO SALOIO, em Ferrel
Já havíamos reservado, o que não é fácil, ao fim-de-semana, em Peniche. De
tal forma que, não foi na vila que almoçámos. Fomos para Ferrel, ali perto, ao
Cantinho do Saloio. Um banco corrido e mais quatro cadeiras. Carne e peixe,
branco, tinto e café. É suficiente.
Depois de passar a traseira da duna do Baleal, entrámos pela península através do istmo açoitado pelo vento. Voltámos para trás e seguimos para Ferrel. No Cantinho, o peixe, muito, entre espadarte e atum; carnes várias, da vitela aos “mimos”. Demora um bocadinho, mas a qualidade/preço resolve.
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