É
espaço de (quase) romaria,
de passeio tranquilo, ecológico e inspirador.
O fim-de-semana
é o mais concorrido.
Neste, eram muitos os que caminhavam de e para
a cascata de Anços ou do Rio Mourão, próximo de
Montelavar.
O
acesso é difícil, mas também no é dramático.
Aliás, um dos acessos, através da
rua principal de Anços,
exige apenas cumprir a indicação de uma placa do sítio.
Depois, é seguir o ruído da queda de água ou o burburinho das pessoas.
Outro
acesso, é mais complicado, mas também lá vai,
aproveitando uma rua que leva a
meia dúzia de moradias, próximas do rio.
Por aqui, passa-se por algumas ruínas
de casas em pedra
e é preciso atravessar o rio por cima de calhaus largos
incrustados no leito.
Com
tempo húmido, quer a passagem do rio,
quer a descida para as cascatas, deve ser
feita com cuidado.
O terreno é irregular, estreito e escorregadio e,
embora tenha
corrimãos de corda em certos sítios,
algumas pedras soltas tornam o chão muito deslizante.
Todavia,
o envolvimento arbóreo,
o som da água a correr, primeiro,
e depois o da água a
cair num pequeno lago,
são suficientes para desafiar à descida e, depois, à
subida.
Quer
para baixo, quer para cima,
quer ao longo do rio, a paisagem é muito atractiva.
A área passeável não é
muita extensa,
devido sobretudo à quantidade de silvas que bordejam a água.
O
caminho estreito e íngreme,
obriga a andar devagar e com cuidado,
mas o
envolvimento é demasiado inspirador
para não deixar de ir parando à vista de um
troço do rio
ou de uma fresta de onde se vislumbram os montes em redor.
Praticamente
junto ao rio, as pedras dominam as margens.
É necessário fazer algum trial
entre calhaus,
deixar passar uns e outros e, depois, avançarmos para outra
pequena clareira.
Logo após, é repetir o modelo.
Quando
se começa a vislumbrar a queda de água,
surge também o lago onde o rio se despenha.
Ali,
as rochas são íngremes, praticamente com declives na vertical,
grandes monólitos,
porém rachados em grandes blocos.
Depois,
é sentar num dos grandes calhaus da margem
e olhar para a serenidade da queda
de água,
apesar do impacto e do som da água a bater na superfície do lago.
Assim o deixe o tráfego pedestre de amantes da natureza.
Logo a seguir, a água esgueira-se
entre
algumas pedras salientes no leito
e continua a afunilar rumo a outra cascata,
esta de menores dimensões.
Percebe-se que há um declive, ouve-se a água cair.
Nesta altura, porém, a vegetação barra-nos o acesso.
Em
redor, os penedos estão cobertos por vegetação rasteira
mas também por árvores de
grande porte.
Mais longe, a vista vai às colinas que se elevam a leste
e depois
se agigantam a caminho de Negrais.
Música: Marcus, Epic trailer music