quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cascata de Anços




É espaço de (quase) romaria,
de passeio tranquilo, ecológico e inspirador. 
O fim-de-semana é o mais concorrido. 
Neste, eram muitos os que caminhavam de e para 
a cascata de Anços ou do Rio Mourão, próximo de Montelavar.



O acesso é difícil, mas também no é dramático. 
Aliás, um dos acessos, através da rua principal de Anços, 
exige apenas cumprir a indicação de uma placa do sítio. 
Depois, é seguir o ruído da queda de água ou o burburinho das pessoas.


Outro acesso, é mais complicado, mas também lá vai,
aproveitando uma rua que leva a meia dúzia de moradias, próximas do rio. 
Por aqui, passa-se por algumas ruínas de casas em pedra 
e é preciso atravessar o rio por cima de calhaus largos incrustados no leito.



Com tempo húmido, quer a passagem do rio,
quer a descida para as cascatas, deve ser feita com cuidado. 
O terreno é irregular, estreito e escorregadio e,
embora tenha corrimãos de corda em certos sítios, 
algumas pedras soltas tornam o chão muito deslizante.


Todavia, o envolvimento arbóreo,
o som da água a correr, primeiro,
e depois o da água a cair num pequeno lago,
são suficientes para desafiar à descida e, depois, à subida.

Quer para baixo, quer para cima,
quer ao longo do rio, a paisagem é muito atractiva.
A área passeável não é muita extensa,
devido sobretudo à quantidade de silvas que bordejam a água.


O caminho estreito e íngreme,
obriga a andar devagar e com cuidado, 
mas o envolvimento é demasiado inspirador
para não deixar de ir parando à vista de um troço do rio
ou de uma fresta de onde se vislumbram os montes em redor.


Praticamente junto ao rio, as pedras dominam as margens. 
É necessário fazer algum trial entre calhaus, 
deixar passar uns e outros e, depois, avançarmos para outra pequena clareira.
Logo após, é repetir o modelo.


Quando se começa a vislumbrar a queda de água, 
surge também o lago onde o rio se despenha.
Ali, as rochas são íngremes, praticamente com declives na vertical, 
grandes monólitos, porém rachados em grandes blocos.


Depois, é sentar num dos grandes calhaus da margem
e olhar para a serenidade da queda de água,
apesar do impacto e do som da água a bater na superfície do lago.
Assim o deixe o tráfego pedestre de amantes da natureza.


Logo a seguir, a água esgueira-se
entre algumas pedras salientes no leito
e continua a afunilar rumo a outra cascata, 
esta de menores dimensões.
Percebe-se que há um declive, ouve-se a água cair.
Nesta altura, porém, a vegetação barra-nos o acesso.


Em redor, os penedos estão cobertos por vegetação rasteira
mas também por árvores de grande porte. 
Mais longe, a vista vai às colinas que se elevam a leste
e depois se agigantam a caminho de Negrais.

Música: Marcus, Epic trailer music