Austrália, aborígenes, quase um milhão de pessoas, praticamente 4% da população australiana distribuídos por um território que vai de Lisboa a Minsk. São mais de 250 povos em territórios e com culturas e línguas diferentes.
Ainda hoje, há muitos aborígenes urbanos párias e a situação dos restantes não é famosa, embora haja alguns esforços e sinais de preservação da identidade cultural e avanços em matérias de definição territorial.
Um dos aspectos onde a cultura aborígene tem uma face visível, intensa e fascinante é a arte. A arte aborígene realça ancestralidades, contando histórias, transmitindo mitologias, mostrando a forte ligação à terra e ao cosmos.
Fá-lo, através de uma simbologia ímpar, uma diversidade regional abrangente, bem como estilos e técnicas aplicadas a diversos materiais e suportes. A arte surge em casca de eucalipto, pinturas de pontos (dot painting), esculturas e arte rupestre.
Uma das mais fascinantes propostas artísticas, reproduzidas sobretudo na pintura, é a visão macro da paisagem territorial, autênticos mapas desenhados e pintados na tela. Mas não apenas itinerários terrestres.
Com efeito, não é apenas o espaço terreno que é mapeado, o espaço celeste também é profusa e esteticamente descrito mostrando o conhecimento astral dos aborígenes.
A arte, para além dos aspectos estéticos, tem sido um dos elementos relevantes para vencer estereótipos e ignorâncias ainda hoje prevalentes na sociedade australiana. Há diversas comunidades artísticas a contribuir para tais desígnios.
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