quarta-feira, 7 de maio de 2025

Off Road. De Almoçageme ao Cabo da Roca

Não é difícil dar com a entrada. Basta descer a caminho da praia da Adraga e, antes do estacionamento, virar à esquerda. No Google Maps, parace fácil. Paro para confirmar onde estou e por onde vou. Tem de ser aqui. Estou na “estrada de terra”. Quero ir daqui ao Cabo da Roca.

 “Vem de lá uma Vespa! E traz pendura!! Isto faz-se…!”. Depois, é a subir. Dá ideia que se pode trepar à vontade. "Eles vinham devagar..." Bom, não se vai “à vontadinha”. É verdade. À medida que avanço, a terra batida deixa perceber umas pedinhas.

Depois, mais pedrinhas. Até que parece haver mais pedrinhas do que terra. É aqui que se começa a ouvir as pedrinhas a bater nos escapes e não-sei-mais-onde. E a Voge começa a “varejar” com mais ânimo. É preciso ir mais devagar. Não tarda a aparecer o desvio para o Miradouro da Praia do Caneiro. Daí, há acesso ao Fojo da Adraga / Fojo dos Morcegos, uma furna onde é possível ouvir a água a deambular pela gruta, dezenas de metros abaixo.

Mas o trilho é tramado. E a Voge ainda não tem a protecção de carter montada. As pedrinhas batem por baixo da moto como se não houvesse amanhã. Desisto. Não quero arriscar escorregadelas, nem levar mais pedrada. Afinal, a Voge tem 195 kgs. Menos 100 Kgs do que a Pan. É significativo, mas não suficiente para entrar em caminhos trialeiros. As furnas têm de ficar para depois. Agora, há que continuar. Para sul, parece. Mas também o que aparece são vários “sules”.

Paro num entroncamento. Há duas hipóteses: uma subida insana e um trilho que entra num bosque. Vou a pé reconhecer. Ao princípio, a subida parece catita. A meio, a vista é excelente para o oceano. Porém, mais acima, o declive é demasiado para tanto rego. Opto pelo trilho no bosque. Vem de lá um jipe: há passagem! Mais à frente, num desvio para a direita, mantenho a rota. Não tardo a chegar à Rua das Palmeiras. Parece quase urbano: “devo estar no trilho certo!”

Mais umas pedrinhas, mais umas curvas. Os regos despareceram, finalmente! Paro na Rua do Atlântico e confirmo que estou no rumo certo. Mais um cotovelo, um subida suave e há uma carrinha em sentido contrário a ocupar toda a estrada. Afinal, há uma escapatória…

E entro na Estrada do Cabo da Roca! Alcatrão, bem-vindo! Está mais fresco, mas também já não há a proteção do arvoredo. Já se vê o céu por inteiro. Quando chego, esperando haver mais lugares do que ao domingo, tenho de enfiar a moto à saída da rotunda. Não há vagas. O turismo continua feroz. mesmo a um dia de semana.


Dou uma volta à loja e saio pouco depois. A moto está pejada de terra. É sobretudo pó, mas nas jantes já se não vê cor. Vou aproveitar enquanto há espaço para sair ;-)) Agora, é regressar a casa, pela N247, rumo à Malveira. Depois, a caminho da Lagoa Azul.

Ainda paro na Aldeia da Roca para confirmar as melhoras de um amigo que sofreu um colapso repentino. Algo que vedou a memória de algumas horas do dia anterior. Mas já está tudo sanado. 

Que bela voltinha!

Nota: as imagens são praticamente todas snapshots da gravação da câmara da Voge



 




















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