sexta-feira, 16 de maio de 2025

CAM Renovado


O CAM renovou-se. A partir de 21 de Setembro do ano passado, abriu de novo portas e “palas” ao público. Com concertos, exposições, visitas, coversas, e mais qualquer coisa. Estamos no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian em dia de reabertura.

Por fora, há uma fila de gente a aguardar a entrada. Estamos todos de baixo da pala que estabelece uma “ligação cenográfica com o jardim é o elemento icónico do projeto”. A autoria é uma parceria entre o arquiteto Kengo Kuma e o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic.

Fisicamente, a pala faz a sua função de proteger a fachada nascente do novo CAM. Simbolicamente, protagoniza o conceito de "engawa"  que cria a tal transição entre o interior e o exterior, favorecendo a acessibilidadee valorizando esse anterior vazio.

O novo jardim também se liga facilmente aos já tradicionais jardins da Fundação, um dos pontos onde a homogeneidade dá também lugar à continuidade entre o antigo e o moderno. Há árvores, arbustos e flores semelhantes ao restante espaço.

No interior, também houve continuidade em relação ao espaço anterior. Não me lembro sequer do espaço ser muito diferente do que antes das obras. Aparentemente, está igual ao que a minha memória pôde guardar.

Na nave principal há fios, cordas e cabos, estilizados em eixos verticais. Muitos, quer como redes, quer como colares imensos, quer como  apliques, quer como teias, sempre ilustrados por nós tão elegantes como sofisticados. São obras que dominam a nave central do CAM. Trata-se de uma concepção da artista Leonor Antunes, intitulada “da desigualdade constante dos dias de leonor”.

Na mezzanine há outras propostas, mais “radicais”. simbólicas, abstractas, com materiais que vão do vidro à madeira, passando pelo metal, pano e pedra, ideias que vão do étnico à fantasia.

Na cave, eram algumas das obras de Fernando Lemos que estavam expostas, sobretudo as suas “caligrafias”, entre desenhos, fotografias, e estampas e, ainda, um filme intitulado “O Calígrafo Ocidental”.

Nos restantes espaços é a exposição “Linha de Maré”, que junta obras de diversos artistas, “refletindo sobre as revoluções em curso, sobretudo as relacionadas com o planeta”.

São cerca de 80 obras que incluem pintura, desenho, filme, fotografia, escultura e instalação. Surpreendente, um trabalho em vídeo da autoria de Gabriel Abrantes, parecia concluir a diversificada mostra.

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