domingo, 18 de maio de 2025

Open House nos Jerónimos


Setembro de 2024. Este ano, a Open House de Arquitectura leva-nos ao Mosteiro dos Jerónimos. Não ao que comumente abriga o Museu de Arqueologia, mas sim ao espaço vago que, agora, é possível visitar no andar superior.

O museu está fechado há mais de 2 anos para renovação. O piso térreo nem sequer está acessível, uma vez que as peças museológicas foram protegidas, logo após muitas terem sido objecto de intervenção para recuperação.

Estando vedado o piso térreo, a visita proporcionou conhecer o piso superior. Lugar onde existiram as celas monásticas, está agora com o piso e paredes limpos, além do tecto em madeira praticamente renovado.

 

Notam-se ainda que algumas das intervenções, umas anteriores e outras actuais, modoficaram a forma das janelas, bem como outras aberturas anteriormente mais vastas. Os tectos em pedra também foram alvo de limpeza.

 

Continua-se a ter uma vista privilegiada para o jardim fronteiro, a polémica Praça do império, bem como para o Tejo, desobrindo-se facilemnte o Padrão dos Descobrimentos. 

No claustro do mosteiro, está instalada uma unidade de recuperação de peças museológicas, que vão desde testemunhos pétreos até objectos em metal. Prevê-se que as obras terminem até final deste ano.

 

A intervenção inclui a requalificação de toda a estrutura do museu. Tem por objectivos fundamentais,  melhorar a infraestrutura museológica e a apresentação da coleção arqueológica. Vão estar mais de 32 milhões de euros nos trabalhos de recuperação.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

CAM Renovado


O CAM renovou-se. A partir de 21 de Setembro do ano passado, abriu de novo portas e “palas” ao público. Com concertos, exposições, visitas, coversas, e mais qualquer coisa. Estamos no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian em dia de reabertura.

Por fora, há uma fila de gente a aguardar a entrada. Estamos todos de baixo da pala que estabelece uma “ligação cenográfica com o jardim é o elemento icónico do projeto”. A autoria é uma parceria entre o arquiteto Kengo Kuma e o arquiteto paisagista Vladimir Djurovic.

Fisicamente, a pala faz a sua função de proteger a fachada nascente do novo CAM. Simbolicamente, protagoniza o conceito de "engawa"  que cria a tal transição entre o interior e o exterior, favorecendo a acessibilidadee valorizando esse anterior vazio.

O novo jardim também se liga facilmente aos já tradicionais jardins da Fundação, um dos pontos onde a homogeneidade dá também lugar à continuidade entre o antigo e o moderno. Há árvores, arbustos e flores semelhantes ao restante espaço.

No interior, também houve continuidade em relação ao espaço anterior. Não me lembro sequer do espaço ser muito diferente do que antes das obras. Aparentemente, está igual ao que a minha memória pôde guardar.

Na nave principal há fios, cordas e cabos, estilizados em eixos verticais. Muitos, quer como redes, quer como colares imensos, quer como  apliques, quer como teias, sempre ilustrados por nós tão elegantes como sofisticados. São obras que dominam a nave central do CAM. Trata-se de uma concepção da artista Leonor Antunes, intitulada “da desigualdade constante dos dias de leonor”.

Na mezzanine há outras propostas, mais “radicais”. simbólicas, abstractas, com materiais que vão do vidro à madeira, passando pelo metal, pano e pedra, ideias que vão do étnico à fantasia.

Na cave, eram algumas das obras de Fernando Lemos que estavam expostas, sobretudo as suas “caligrafias”, entre desenhos, fotografias, e estampas e, ainda, um filme intitulado “O Calígrafo Ocidental”.

Nos restantes espaços é a exposição “Linha de Maré”, que junta obras de diversos artistas, “refletindo sobre as revoluções em curso, sobretudo as relacionadas com o planeta”.

São cerca de 80 obras que incluem pintura, desenho, filme, fotografia, escultura e instalação. Surpreendente, um trabalho em vídeo da autoria de Gabriel Abrantes, parecia concluir a diversificada mostra.

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Off Road. De Almoçageme ao Cabo da Roca

Não é difícil dar com a entrada. Basta descer a caminho da praia da Adraga e, antes do estacionamento, virar à esquerda. No Google Maps, parace fácil. Paro para confirmar onde estou e por onde vou. Tem de ser aqui. Estou na “estrada de terra”. Quero ir daqui ao Cabo da Roca.

 “Vem de lá uma Vespa! E traz pendura!! Isto faz-se…!”. Depois, é a subir. Dá ideia que se pode trepar à vontade. "Eles vinham devagar..." Bom, não se vai “à vontadinha”. É verdade. À medida que avanço, a terra batida deixa perceber umas pedinhas.

Depois, mais pedrinhas. Até que parece haver mais pedrinhas do que terra. É aqui que se começa a ouvir as pedrinhas a bater nos escapes e não-sei-mais-onde. E a Voge começa a “varejar” com mais ânimo. É preciso ir mais devagar. Não tarda a aparecer o desvio para o Miradouro da Praia do Caneiro. Daí, há acesso ao Fojo da Adraga / Fojo dos Morcegos, uma furna onde é possível ouvir a água a deambular pela gruta, dezenas de metros abaixo.

Mas o trilho é tramado. E a Voge ainda não tem a protecção de carter montada. As pedrinhas batem por baixo da moto como se não houvesse amanhã. Desisto. Não quero arriscar escorregadelas, nem levar mais pedrada. Afinal, a Voge tem 195 kgs. Menos 100 Kgs do que a Pan. É significativo, mas não suficiente para entrar em caminhos trialeiros. As furnas têm de ficar para depois. Agora, há que continuar. Para sul, parece. Mas também o que aparece são vários “sules”.

Paro num entroncamento. Há duas hipóteses: uma subida insana e um trilho que entra num bosque. Vou a pé reconhecer. Ao princípio, a subida parece catita. A meio, a vista é excelente para o oceano. Porém, mais acima, o declive é demasiado para tanto rego. Opto pelo trilho no bosque. Vem de lá um jipe: há passagem! Mais à frente, num desvio para a direita, mantenho a rota. Não tardo a chegar à Rua das Palmeiras. Parece quase urbano: “devo estar no trilho certo!”

Mais umas pedrinhas, mais umas curvas. Os regos despareceram, finalmente! Paro na Rua do Atlântico e confirmo que estou no rumo certo. Mais um cotovelo, um subida suave e há uma carrinha em sentido contrário a ocupar toda a estrada. Afinal, há uma escapatória…

E entro na Estrada do Cabo da Roca! Alcatrão, bem-vindo! Está mais fresco, mas também já não há a proteção do arvoredo. Já se vê o céu por inteiro. Quando chego, esperando haver mais lugares do que ao domingo, tenho de enfiar a moto à saída da rotunda. Não há vagas. O turismo continua feroz. mesmo a um dia de semana.


Dou uma volta à loja e saio pouco depois. A moto está pejada de terra. É sobretudo pó, mas nas jantes já se não vê cor. Vou aproveitar enquanto há espaço para sair ;-)) Agora, é regressar a casa, pela N247, rumo à Malveira. Depois, a caminho da Lagoa Azul.

Ainda paro na Aldeia da Roca para confirmar as melhoras de um amigo que sofreu um colapso repentino. Algo que vedou a memória de algumas horas do dia anterior. Mas já está tudo sanado. 

Que bela voltinha!

Nota: as imagens são praticamente todas snapshots da gravação da câmara da Voge