Mérida, Tejo, Belvís de Monroy e Valdecañas
"Vale a pena ver / o mundo aqui do
alto / vale a pena dar o
salto."
É Tão Bom, Sérgio Godinho
Pouco mais de trezentos quilómetros nos separavam do local de almoço. Pelas nove da manhã, o tempo estava fresquito e encoberto. Juntámo-nos como de costume debaixo da ponte na saída Tercena-Massamá e avançamos devagar pelo IC19 a caminho da ponte 25 de Abril que também não tinha muito trânsito. do lado de lá, o céu não clareava como é habitual na margem sul.
Depois
de nos juntarmos ao João Almeida na área de serviço de Palmela, deixamos o Alentejo
fresquinho e entramos em Espanha sem pararmos. Avançamos pela A-5 - que aproveita alguns troços da velhinha N-V - a caminho de Mérida, património da humanidade.
A espaços, o céu toldava-se mas a temperatura
mantinha-se aceitável. Deve ter sido das poucas vezes que não paramos logo a
seguir à “fronteira”…
Estava
sol e a temperatura chegou a ultrapassar os 20º em Mérida.
O restaurante Rex Numitor, que
fica próximo da ponte romana e da alcáçova do castelo árabe, é recomendado pelo
Guia Michelin. Foi aqui que nos encontramos com o casal Marques e com o casal
Murta.
Felizmente,
as cerca de duas horas que havia reservado para o almoço mostraram-se suficientes.
Mas já não conseguimos dar um passeio pela Emerita Augusta romana. Aliás, o
sítio exige mais tempo. O museu e o complexo arqueológico romano requerem pelo
menos uma tarde para os visitar.
Como
ainda tínhamos cerca de 180 kms até Valdecañas, era capaz de ser interessante
fazer uma paragem técnico-cultural. Além disso, uma passagem junto ao Tejo
também quebraria a monotonia da via rápida. O desvio devia ter sido feito em Puerto
de Miravete, mas eu antecipei-me em Casas de Miravete.
E andamos de um lado para o outro até que tivemos de parar para endireitar a alma à BMW. Depois, seguimos por pouco tempo uma pequena albufeira do Tejo, onde há muitos anos, toda a gente parava para reabastecer no regresso de Jarama. Hoje, a estação de serviço é uma ruína.
Voltámos
à A-5 e saímos em Belvís de Monroy, uma pequena localidade onde domina um
castelo do século XIII em ruínas, masque ainda hoje se vê altaneiro desde a
autovia.
Estendemos as pernas, espreitamos as muralhas e houve quem as tenha franqueado. Uma boa meia hora de descanso e amena cavaqueira.
Daí a pouco, deixávamos El Gordo a caminho do Husa Golf Valdecañas. O acesso faz lembrar a estrada da Comporta para Tróia.
Avançamos por espécie de istmo, com árvores a bordejar as margens de uma albufeira. Os peixes saltam ao acaso e nós vamos ao ritmo do por do sol que ora cria contrastes ora ilumina a paisagem com a cor cálida do poente.
Se a reserva já tinha sido a mais expedita – a primeira a criar código para cada utente – a recepção aconteceu em português. No balcão já figurava o logotipo do Clube e a recepcionista – que havia estagiado numa unidade hoteleira perto de Évora – acolheu-nos com um simpático sotaque alentejano.
O hotel
é recente, com iluminação tranquila, quartos espaçosos e com vista para a
albufeira. Apetecia ficar. Juntamo-nos na esplanada do bar, atualizámos as
novidades, avançamos expectativas e revimos o plano para o dia seguinte, à luz
do fim do dia. Ficou prometido um passeio após o jantar.
Fomos
ocupando os lugares de uma mesa larga que nos pôs a comentar a ementa escrita
em português. Até eu estava surpreendido com o ambiente, embora me tenham
pedido o logo do Clube assim que reservei. Catita!
A
chuva que começou a cair mal pusemos os pés fora da recepção é que não foi tão simpática. Gorara-se o passeio higiénico. Aproveitamos para registar a primeira das poucas
fotos de grupo em que aparece o logo do Clube e depois descansar dos quase quinhentos quilómetros daquele dia.
Treze pessoas em oito motos. Estamos todos! Prontos para rolarmos rumo à Espanha Mudejar.
O vídeo, em
https://vimeo.com/126923768
O vídeo, em
https://vimeo.com/126923768