Saída às dez e meia, por entre um ar embaciado por nuvens cínzeas mas pálidas de água. Chegada ao meio-dia e meia já sob sol, porém frequentemente envergonhado. Catorze à partida, catorze à chegada, sem que ninguém se perdesse. Cerca de seis quilómetros percorridos, com algumas, poucas, paragens, as necessárias para manter o grupo coeso.
Estava fresco mas rapidamente aqueceu no cimo da primeira escadaria que nos levou do estacionamento próximo do Museu Anjos Teixeira ao centro da vila, trepando ali perto do antigo hospital de Sintra. Na subida, percebe-se a degradação a que chegaram algumas das casas, mas também cedo se vislumbra a beleza do conjunto ambiental que domina toda a vertente norte da serra e que serve de cenário à vila de Sintra.
A proposta desafiava desta vez um percurso acessível, desde o íntimo da Volta do Duche até à majestade do Castelo dos Mouros, por entre o cenário apaixonante da floresta sintrense, trepando entre quintas. E assim foi, mal vencemos a subida da Quinta da Regaleira e deparámos com os portões de Seteais. Não sem antes experimentar o desconforto de um dos bancos fronteiros à Quinta do Monteiro dos Milhões, mas que convenceu alguns a guardar alento para mais uma subida.
O passeio começava aqui, entre os muros das quintas que trepam a serra, desta vez muitos esmagados pela queda de portentosas árvores mercê do temporal das semanas anteriores. Algumas, jaziam arrancadas pela raiz, outras já estavam cortadas – até para permitir a passagem de pessoas – outras ainda estavam partidas a meio.
Sensivelmente a meio caminho, uma delas derrubou mesmo os muros recentemente reconstruídos, de um de outro lado do trilho, empilhando pedras de um aldo ao outro, que dificultavam a passagem sobretudo aos que desciam a vereda em duas rodas.
Andamos a par ou em fila indiana. O solo não é regular em algumas passagens, está escorregadio embora não ensopado e sente-se muita humidade no ar. À volta é o verde que domina, deixando aparecer de vez em quando ora o castelo dos mouros, ora o palácio da Pena.
O ambiente húmido atenuou-se ao chegarmos ao asfalto, praticamente no topo da subida da Pena. Pouco depois, estávamos a virar para o castelo, onde o piso passa a paralelepípedos e a ladeira dá lugar à estrada plana. Isto até aos lagos da Pena. Depois, há mais um esforço até à entrada dos jardins do castelo.
A partir daqui, vamos ao longo da muralha escarpada, passamos por um túmulo que ladeia a igreja românica de S. Pedro de Penaferrim, continuamos a descer, ultrapassamos a sepultura do escritor Ferreira de Castro e deixamos as muralhas em S. Pedro, esgueirando-nos por uma viela antes da igreja de Santa Maria.
Partilhámos o percurso com alguns turistas que aproveitam, como nós, o céu azul, a calma da floresta e a mistura de odores do caminho, de um caminho com piso aceitável mas, que quer seja a subir ou até mais a descer, deixa os joelhos atentos ao esforço.
Partilhámos o percurso com alguns turistas que aproveitam, como nós, o céu azul, a calma da floresta e a mistura de odores do caminho, de um caminho com piso aceitável mas, que quer seja a subir ou até mais a descer, deixa os joelhos atentos ao esforço.
Continuamos a descer, entramos no Parque da Liberdade, baixamos por entre as acácias e os fetos, passamos pela gruta/ermida da senhora da Pena, surpreendemos alguns animais excentricamente exóticos.
Pouco depois, estávamos e praticamente no final do pedestre, o que só acontece depois de deixarmos o museu Anjos Teixeira e voltarmos ao estacionamento encimado pelo perene palácio da vila.