domingo, 24 de outubro de 2010

José Barriga


O Zé Barriga foi um dos mentores do Clube Pan European de Portugal.

Lembro-me de ter encontrado uma foto na Motojornal
que o dava como recente proprietário da Pan Benetton.

Como era um dos mais “velhos” e aparentemente
um conservador convicto, sempre me interroguei
porque é que era cúmplice daquela originalidade.
Percebi anos mais tarde,
quando da primeira viagem a Marrocos,
que o Zé gostava de provocar e surpreender
mas, sobretudo de ser surpreendido.

Mais,
gostava de se maravilhar com o que era deslumbrante,
controverso ou até inquietante.
Foi essa capacidade de se surpreender
que me motivou a crónica "Hits de Marrocos"
que, na altura, fiz do passeio.
Privei poucas vezes com ele,
porém as suficientes para o juntar à memória
naquela zona dos bons momentos.
Mas quem mais viajou com o Zé
 sabe que partilhou ocasiões especiais
e inesquecíveis com ele.

Eu tive o privilégio de o poder fazer por duas vezes,
para Marrocos e para Benidorm.
Fa-lo-ia de novo, com a certeza de que seria
uma viagem divertida e surpreendente. 




sábado, 23 de outubro de 2010

Trilhos de Sintra

Voltámos a partir de São Pedro. Estava fresco, mas o sol prometia aparecer. Não foi preciso esperar muito. Mal saímos da zona das árvores aqueceu. Passámos por algumas mansões sintrenses, espreitámos o panorama que se avista depois do chafariz descemos até à Fonte de Mata Alva na curva que dá acesso à Quinta da Regaleira, e chegámos ofegantes a Seteais.
Parámos para recuperar, expliquei o que estava para lá daquele trilho e avançámos para a parte eventualmente mais inquietante porém mais peculiar e sedutora. Sobe-se entre muros de quintas, muitos recentemente recuperados. É um trilho irregular, mas atraente e seguro. Embora não se descubra muito acima dos muros, encontram-se entradas de túneis ou de sítios dos quais desconhecemos o fim a que se destinam.
No final do trilho encontramos o asfalto da “Rampa da Pena”, exactamente onde o traçado mais se retorce, mas onde a claridade reaparece. Uma ou outra reentrância parece dar lugar a mais túneis. Outra, larga, num dos muros, permite vislumbrar a muralha poente do castelo.
Depois, é virar a caminho do castelo, passar por um dos acessos aos jardins do Palácio da Pena e trepar até perto da entrada do castelo onde foi montada uma bilheteira e é possível ter alguma informação sobre o palácio e sobre o castelo.
Um quilómetro acima, acedemos à entrada principal do Palácio da Pena que deixámos entregue às habituais filas de turistas. O sol está quente, não está muito trânsito e apetece ir mais além. Subimos à Pousada da Juventude, depois de passarmos a recuperada Casa dos Cantoneiros.
Entrámos no miradouro da Cruz Alta com uma temperatura excelente, de tal forma que foi ali que passámos em revista estes tempos político-económicos, de dolos e incompetências, tão bizarros como preocupantes.
Voltamos ao castelo, entrámos, passámos pelas ruínas da igreja e pelo túmulo, aproveitámos a embalagem da descida e saímos pela porta rotativa em S. Pedro. Mais uma ou outra escadaria, um ou outro muro, e regressámos ao largo onde havíamos deixado os carros.
Obrigado, Tó, Calado, Fernanda, Carlos, Julieta, Gonçalo. Também gostei!


Paul S., Friends