domingo, 16 de junho de 2024

De São Pedro à Serra, Sintra de novo


Sintra, não há quem não conheça! É verde, pétrea, altiva. É um património dentro dos Patrimónios. São Pedro está perto, faz parte. São quintas, solares e casas senhoriais históricas e antiquíssimas. Miradouros e paisagem arbórea deslumbrante. E até possui um Moto Clube, o de Sintra.

Acolhe uma feira secular. Possui sítios ímpares: Santa Eufémia, a ermida, o miradouro o edifício dos Banhos, etc. Na serra, além do castelo dos Mouros e do Palácio da Pena, há monumentos curiosos, como a Estátua do Guerreiro, a Cruz Alta, o Templo das Colunas, etc, etc.

 

Tem ruas estreitas e íngremes, árvores centenárias, canteiros frondosos. O verde, a frescura, a rusticidade, o requinte, os panoramas, a tranquilidade e aquele fresquinho habitual, fazem de São Pedro um pequeno oásis na vertente nordeste da serra de Sintra..

De vez em quando, convém revisitar. A pé, tem outro encanto, do tempo, da vista, da tranquilidade. E até da imaginação Os recantos, as surpresas, as pessoas, uma ruela nunca percorrida, um quintal diferente, um telhado mais bicudo, uma escultura inesperada.

Passear por Sintra é uma tradição, como ir à feira, às queijadas ou aos travesseiros. Ou visitar o Palácio da Vila, subir ao Palácio da Pena, visitar os Jardins de Monserrate. Ou, ainda, assistir a um concerto ou trepar ao Castelo dos Mouros.

É o sobe e desce que permite mexer mais os músculos das pernas, oxigenar a circulação sanguínea, manter a (boa) forma. Mas também é ter outra perspectiva: ver de cima para baixo ou ao invés, ter sempre a subida a seguir à descida ou vice-versa.



Chá e Simpatia



Tudo muito simpático e cordato, enquanto não começam a aparecer dúvidas e mistérios. Surgem inquietações e perguntas, enquanto se desconhece a existência de um triângulo amoroso.

Este “Chá e Simpatia”, de Fernando Gomes - que também faz parte do elenco - é uma comédia, uma comédia musical, garbosa e satírica, e deliciosamente hilariante.

 

Passa-se nos anos 40, do século passado, e está recheada de momentos divertidos, uns mais adivinháveis que outros, de momentos de improviso, de momentos musicais que parecem também eles burlescos.

 

O enredo é muito típico dos anos 40 - faz lembrar, por vezes, alguns dos tramas dos filmes portugueses de comédia desta época - com divertidos enganos e desenganos, uns resolvidos outros ainda mais agravados.

 

Além de um cuidado, simples e atraente cenário, preenchido por adereços de época, a parte teatral, sobretudo os elementos cómicos, foram os mais cativantes e cúmplices do enredo.

 

Outro aspecto que surpreende é a componente musical, a apropriar-se dos temas de época, muitos a roçar a canção de revista e o género popular, acentuando por vezes, também, um olhar divertido sobre esse modelo musical.

 

A proximidade do espaço permite uma boa cumplicidade entre actores e público que, aliada ao excelente som de palco e um elenco que, além do encenador, contou com Ana Landum, Isabel Ribas, Jorge Estreia, José Nobre, Paula Sousa e Tiago Ribas, garantiram um excelente espetáculo.






quinta-feira, 13 de junho de 2024

ARCHIPELAGO, de Hervé Di Rosa


Vêm do Museu Internacional das Artes Modestas. Mas não são nada modestas, na multiplicidade e complexidade, as obras expostas no MAAT. Além das intervenções herméticas e diversificadas, é a criatividade que traz sobre temas tão díspares como o cinema, a banda desenhada, a arte bruta ou a própria arte tradicional.

 

Periférica sobretudo, alarga conceitos, formas, texturas, temas pouco ou nada considerados no “tradicional mundo da arte”, em territórios pouco ou nada povoados por ideias trazidas até do rock e do punk, do futurismo, da fantasia e da ficção científica. Está lá muito daquilo que não estamos à espera.

Há mapas, pirâmides, catálogos, chamarizes, criaturas, arte bruta e naif, cordéis, espiritualidades, metamorfoses e fugas. Tudo faz parte das ilhas de arte do arquipélago formado por Hervé di Rosa, num universo oceânico onde navega uma panóplia de origens e culturas artísticas, que levam de letreiros de cabeleireiros a robôs feitos de blisters.

Pássaros voadores, robôs retro, astronautas ou argonautas, super-heróis famosos e desconhecidos, marés de bonecos, rostos estilizados, criaturas marinhas, esqueletos pescadores, monstros coloridos, dragões alados e outros ainda mais horríveis, hominídeos decorados, caos marinhos, jarrões estilizados.

Andamos entre um sacerdote de vodu, uma outra versão de Chewbacca, passamos por um artista vestido de anilhas, misturamo-nos com robôs, crocodilos e lulas humanoides. E, ainda, por lá andam manequins vestidos com amendoins, milhentos diabinhos felizmente fechados numa pirâmide transparente.

Muito a dar para o doido, para o alternativo, para abordagens tão pessoais e originais, como baseadas em obras conhecidas, tão sofisticadas como sinceras,tão esquisitas como perfeitamente identificáveis, tão coloridas como incolores. Tudo arte modesta.




domingo, 9 de junho de 2024

Festa do Japão. 2023


Tem muito da cultura japonesa. Anime, música japonesa, cosplay, artes marciais, artes florais, manga, dança, etc, etc, Promove o Japão em Portugal há muitos anos, através de um evento que celebra a amizade e a permuta entre os dois país anualmente.

Para tal, a embaixada do Japão que organizou o evento, trouxe um grupo de entretenimento de dança “Awa Odori”, intitulado Takarabune, uma dança tradicional de Tokushima, curiosamente cidade onde morreu um consul português, grande apaixonado pela cultura japonesa, Venceslau de Moraes.

Do ponto de vista musical, também esteve presente um duo japonês de flauta e percussão, desta feita num registo de fusão entre a tradição musical japonesa e a música ocidental, num estilo “Edo-bayashi”, utilizando diversos tipos de tambores e flautas japonesas.

O evento teve lugar no Jardim Vasco da Gama, em Belém, num dia quente mas sem vento, propício à visita das muitas bancas que rodeavam o jardim. Diz-se que estavam mais de 70 instituições representadas, desde a gastronomia à indústria automóvel, das viagens às manufaturas.

Com o habitualmente, há demonstrações de artes marciais no palco principal, que decorrem a seguir à hora de almoço. O Aikido nacional costuma estar presente representado por uma das associações nacionais, por convite da Federação Portuguesa de Aikido, FPA.

Este ano, coube à Associação Portuguesa de Aikido e Disciplinas Associadas, APADA, a representação do Aikido nacional, tendo englobado jovens e adultos, homens e mulheres, numa demonstração de um dos emblemas culturais significativos do Japão.

 

Outra disciplina representada no palco principal foi o Tenchi Tessen, uma arte inspirada no Budo japonês, criada por Georges Stobbaerts - o fundador do Aikido (e não só) em Portugal, baseada sobretudo no Iaido e no Aikido, assim como no Yoga e no Zen.

 

Uma outra disciplina representada, obrigatória até nas escolas japonesas, foi o Kendo, cuja tradução simples é “o caminho da espada”, desenvolvida a partir do combate com espadas dos samurais do Japão feudal, cuja prática actual se faz com uma “Shinai”, uma espada de bambu.

Uma boa ocasião para estar próximo das diversas actividades que fazem parte da cultura japonesa, para rever amigos e praticantes de Aikido (ou mesmo de outras artes marciais), vaguear pelas diversas bancas de artigos japoneses, assistir a espectáculos e ou demonstrações.




 

sábado, 8 de junho de 2024

Batalha. II Panacional

Coincidia com o XXX Aniversário do Clube Pan European de Portugal. Estava bom tempo, para domingo pouco trânsito e envolveu mais alguns proprietários do modelo do que nos passeios habituais do Clube. Foi o II Pan Nacional.



Opção pela nacional, após Aveiras, a recordar velhas passagens - poucas, mesmo assim, e ainda bem - por aquela que foi, durante muitos anos, uma ligação privilegiada ao norte do país. Já não tem tantas armadilhas, mas ainda não é muito segura.

Com o sol a receber-nos junto ao famoso mosteiro, a Batalha tinha um domingo matinal muito tranquilo para o que é habitual. Esticadas ao longo de uma das laterais, as Pans alinharam-se a aguardar o arranque para um passeio pela região.


 

Quer o modelo 1100, quer o mais recente, 1300, estiveram presentes. Algumas, das mais antigas haviam pertencido aos proprietários das mais recentes. Alguns eram participantes frequentes, outros nem tanto e, ainda outros, participavam pela primeira vez.


Junho ia estar quente e este dia começou a aquecer cedo, ainda alguns chegavam e outros recolhiam as lembranças ou deambulavam pelos sítios e produtos típicos do local. As sombras mostraram-se logo vantajosas e os equipamentos começaram a sobrar….

 

Últimas fotos, caravana pronta. Pouco passada das 11:00 quando saímos da Batalha. A zona escolhida foi a das serras de Aires e Candeeiros, uma região interessante do ponto de vista patrimonial, paisagístico, geológico, além de contar com um eco parque sensorial.

Desta feita, porém, o objectivo foi a aldeia de Pia do Urso, um conjunto de várias habitações recuperadas, em madeira e pedra, inseridas num espaço rústico, com cafés, chafariz, ruas empedradas, muita vegetação e lojas de produtos típicos.

Deixámos o parque sensorial para outra ocasião, convivemos à mesa do café e andámos um bocado pela ruas da aldeia. As madeiras, o ferro e a pedra encontram naquela arquitectura uma harmonia ímpar. Em redor, o verde é preponderante e próximo é a floresta que domina.

 

Porquê o urso e a pia? O urso, diz-se, ia frequentemente beber a uma pia formada na rocha. A aldeia adoptou o nome e reproduz a imagem do urso um pouco por todo o lado. Vale a pena percorer as ruelas e ir descobrindo a calmaria que regressou depois da nossa partida.

 

Ali perto, há grutas, muitas delas visitáveis. Aliás, já todos as devemos ter visitado. Era típico fazê-lo nas excursões do liceu nos anos 70 e 80. Santo António, Mira D’Aire, Moeda, são algumas, entre outras, que “minam” o subsolo da região.

 

Próxima paragem: almoço, que seria outro ponto alto da comemoração.  Rumo, então, ao Restaurante Mosteiro do Leitão, no Casal da Amieira. Suficientemente grande para acolher diversos grupos, o restaurante é, como indica o nome, especializado em leitão.

Um dos muros do estacionamento do restaurante serviu de cenário ao perfilar de muitas das Pans presentes. Aliás, era memso aquele muro que favorecia a pouca sombra próxima. O suficiente, porém para, de regresso, não queimarmos as nádegas.


Durante o almoço, as habituais conversas sobre os assuntos mas que suspeitos. Após o almoço, os rituais costumeiros de celebração, premiando os mais velhos e os mais novos, os bafejados pela sorte do sorteio de brindes, os que têm ajudado o Clube.

Mais uma jornada catita, com novos participantes, com os suspeitos do costume, com o reafirmar da vontade de continuar a passear de Pan, a viajar de moto e a divertirmo-nos em grupo. Por hoje, está feito. Regressamos pela AE que se faz tarde.